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Árabes rejeitam convocação de Bin Laden mas condenam EUA

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário-geral da Liga Árabe, o egípcio Amr Moussa, disse neste domingo na Síria que o terrorista saudita Osama bin Laden "não falou em nome dos árabes e muçulmanos" ao lançar no sábado, através da rede de televisão Al Jazira uma convocação à "guerra de religiões" em resposta à campanha militar liderada pelos EUA contra o Afeganistão. Mas condenou a política unilateral pró-Israel dos EUA em relação aos conflitos entre israelenses e palestinos. As palavras de Moussa receberam o apoio do chanceler egípcio, Ahmad Maher, que também se encontra em Damasco para participar de uma reunião de ministros do Exterior árabes. Por sua vez, o chanceler sírio, Faruk al-Sharaa, lançou duras críticas à política exterior da Casa Branca, e acusou os EUA de darem apoio "ilimitado" a Israel, país que, segundo ele pratica um "verdadeiro terrorismo de Estado contra o povo palestino". E o ministro jordaniano do Exterior, Abdel Ilah Khativ, reiterou, em nome dos líderes árabes, a condenação "aos bombardeios americanos sobre o Afeganistão". Moussa insistiu em que "para os árabes é impossível formar parte de uma coalizão (antiterrorismo) que se destine a golpear um país árabe; trata-se de uma posição indiscutível". O secretário-geral da Liga Árabe também definiu como um "engano político" o processo de paz que deve ser retomado após as recentes declarações do presidente dos EUA, George W. Bush, e do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, a respeito da criação de um Estado palestino. "Apenas declarações não bastam, é preciso que elas sejam colocadas em prática", afirmou Moussa. Também participaram da reunião em Damasco os representantes palestinos Nabil Shaath e Faruk Kaddoumi e os chefes da diplomacia na Síria, Arábia Saudita, Egito, Bahrein, Líbano, Jordânia, Tunísia, Marrocos e Iêmen - que compõem o comitê da Liga Árabe que acompanha os acontecimentos relacionados com a Intifada palestina.

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