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Arábia e Turquia pedem permanência do Hezbollah

Por AE
Atualização:

Os ministros do grupo xiita Hezbollah e seus aliados xiitas, comunistas e cristãos renunciaram do gabinete libanês hoje. A medida derrubou o governo de unidade do Líbano, em meio a uma crise ligada a um tribunal das Nações Unidas que investiga o assassinato do ex-premiê Rafiq Hariri. Onze ministros liderados pelo Hezbollah deixaram a administração.Os governos da Arábia Saudita e da Turquia fizeram um apelo ao Hezbollah a que permaneça no governo. O primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, não fez nenhum comentário sobre a queda do governo. Saad, filho de Rafiq, teve uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em Washington, onde ambos reafirmaram o compromisso de fortalecer a soberania libanesa. Em seguida, Saad partiu para Paris, onde terá reuniões com o presidente da França, Nicolas Sarkozy.A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que está em Doha, no Catar, disse que os EUA estão em consultas com países vizinhos do Líbano para "preservar a soberania, estabilidade e independência do Líbano e as necessidades do povo libanês". "Nós vimos o que aconteceu hoje como um esforço para subverter a justiça e minar a independência e soberania do Líbano", disse Hillary.Anteriormente, o ministro da Saúde, Mohamad Jawad Khalifeh, cujo partido xiita Amal é um aliado do poderoso Hezbollah, disse que o governo poderia ruir ainda hoje. "Se o gabinete não conseguir se reunir (no tribunal da ONU), isso significa que não há governo e então 11 ministros irão apresentar suas renúncias nessa tarde", disse Khalifeh.O grupo xiita e seus aliados têm pressionado há meses o primeiro-ministro Saad Hariri a rejeitar o Tribunal Especial para o Líbano, apoiado pela ONU, argumentando que essa corte é parte de um plano feito entre Estados Unidos e Israel para dividir o Líbano.O governo libanês é fruto de prolongadas negociações e é formado por 30 ministros, 11 deles do Hezbollah e seus aliados. Para que o governo caísse, o Hezbollah precisava do apoio de mais de um terço do ministros, o que Khalifeh afirmava ter e foi confirmado mais tarde. As informações são da Dow Jones e Associated Press.

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