Arábia Saudita criará centros de detenção para mulheres infratoras ao volante

Com decisão, detenções de até dois dias que já são aplicadas para homens que desrespeitam leis de trânsito passarão a valer também para as novas motoristas do reino, que poderão dirigir de forma legal no país a partir do dia 24

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Atualização:

RIAD - A Arábia Saudita criará centros de detenção especializada para mulheres que cometam infrações de tráfego, que no reino são castigadas com detenções de até dois dias, legislação que será aplicada da mesma forma que para os homens, anunciou nesta quarta-feira, 6, o governo.

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Enquanto não estiverem preparados estes centros de detenção, as mulheres infratoras ao volante serão detidas em um primeiro momento em lares de serviços sociais, segundo decidiu o Conselho de Ministros, em uma sessão liderada pelo rei Salman bin Abdulaziz, informou a agência oficial de notícias "SPA".

Mulher saudita faz exame de direção no Departamento de Trânsito de Riad Foto: EFE/Centro para Comunicación Internacional del Ministerio de Prensa saudí

Na Arábia Saudita as infrações de trânsito são castigadas com detenções de um dia ou dois, como no caso de furar um semáforo. 

As mulheres começarão a dirigir pela primeira vez a partir de 24 de junho, depois que as autoridades do país ultraconservador retiraram o veto de décadas.

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Nestas semanas prévias ao fim da proibição, os responsáveis sauditas estão adequando as leis e os regulamentos de trânsito para preparar-se para esta mudança.

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Na terça-feira, a Direção Geral de Tráfego da Arábia Saudita começou a expedir permissões de condução às mulheres, para que possam estar ao volante pela primeira vez de forma legal.

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Um grupo de mulheres, que tinha carteiras de dirigir obtidas no exterior, recebeu as licenças sauditas, depois que a direção de tráfego confirmou a veracidade dos seus documentos internacionais e realizou uma prova prática.

Apesar do relaxamento de algumas normas que regem no reino ultraconservador, ainda se mantém o regime de tutela no qual as mulheres são submetidas às ordens dos homens de suas famílias. / EFE

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