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Arábia Saudita promete resposta 'rápida e firme' a ataque de rebeldes

Um míssil atingiu o aeroporto internacional de Abha nesta quarta-feira

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Por Redação
Atualização:

RIADE - A coalizão contra os rebeldes do Iêmen, liderada pela Arábia Saudita, prometeu resposta “rápida e firme” ao ataque de míssil que deixou 26 civis feridos no aeroporto internacional saudita de Abha, nesta quarta-feira, 12. O ataque, que aconteceu dois dias após a defesa antiaérea do país interceptar dois drones lançados pelos insurgentes iemenitas, os houthis, pode dar lugar a uma escalada militar em um momento que a ONU planeja reaver o processo de solução política para a região.

Prédio destruido por ataques aéreos em Sanaa, no Iêmen (Tyler Hicks/The New York Times) Foto:

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Segundo o porta-voz da coalizão, o coronel saudita Turki al Maliki, três mulheres (uma saudita, uma indiana e uma iemenita) , e duas crianças sauditas estão entre os feridos que, em sua maioria, receberam atendimento médico no local - alguns precisaram ser internados. O projétil causou um leve dano na entrada do aeroporto por onde “transitam milhares de passageiros todos os dias”, segundo Maliki.

A rede de televisão Al Masira, controlada pelos houthis, anunciou que o míssil de cruzeiro disparado contra o aeroporto de Abha alcançou seu objetivo de interceptar os voos. Para Maliki, o anúncio revela “o caráter terrorista do ataque” contra civis, de equivalência a “um crime de guerra”. Ele acusa o regime iraniano de apoiar os atos terroristas,patrocinando o grupo iemenita com armas novas e sofisticadas.

O porta-voz dos houthis, Mohammed Abdelsalam, respondeu no Twitter que o ataque ao aeroporto de Abha foi em “defesa própria”, já que o “bloqueio ao Iêmen, o fechamento do aeroporto de Sanaa e a agressão continuam”. Os houthis prometeram atacar novamente os aeroportos “dos países agressores”, se referindo à coalização. O governo iemenita assegurou de sua parte que o disparo às instalações foi feito “sob supervisão de expertise iraniana”.

Na segunda-feira, 10, mais de um drone atacou a guarnição de Jamis Mushait, no sudoeste da Arábia Saudita, sem causar vítimas ou danos, segundo a coalizão. Os insurgentes afirmaram que o alvo foi a base aérea do rei Jaled, perto de Jamis Mushait.

No mês passado, os houthis reivindicaram uma série de ataques com drones contra a Arábia Saudita, incluindo um que causou danos a oleodutos, em 14 de maio. Dois dias antes, quatro petroleiros, entre eles dois sauditas, apresentaram danos por “atos de sabotagem” atribuídos ao Irã pela capital saudita, Riad.

A guerra no Iêmen é composta por forças pró-governamentais, apoiadas pela Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, contra os rebeldes apoiados por Teerã, que controlam grande parte do norte e o oeste do país além da capital. O conflito já causou a morte de dezenas de milhares de pessoas, entre elas muito civis, segundo diversas organizações humanitárias. Cerca de 3,3 milhões de pessoas seguem deslocadas internamente e 24,1 milhões, mais de dois terços da população, precisam de ajuda, segundo a ONU.

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A organização internacional, que quer retomar o processo de paz, tentou aplacar a desconfiança do presidente iemenita Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi sobre seu emissário, o britânico Martin Griffith, acusado por Hadi de estar do lado dos houthis e de permitir que o grupo permanecesse na cidade estratégica Hodeidah, contrariando os acordos assinados em dezembro na Suécia, sob supervisão da ONU. 

A vice secretária geral de Assuntos Políticos da organização, Rosemary DiCarlo, viajou a Riad no início da semana para tranquilizar Hadi e as autoridades sauditas sobre a imparcialidade de Griffith, que na segunda recebeu apoio do Conselho de Segurança./AFP

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