Arábia Saudita reforça segurança para a peregrinação a Meca

Cerca de três milhões de muçulmanos começarão na quinta-feira a romaria

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Por Agencia Estado
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A Arábia Saudita pôs em alerta máximo seus serviços médicos e de segurança devido à peregrinação anual de milhões de muçulmanos a Meca, especialmente à Caaba, local considerado pelo Islã o ponto mais sagrado da Terra. Os cerca de três milhões de muçulmanos que já se encontram no reino wahhabista começarão na quinta-feira, 28, sua peregrinação, o hajj, que chegará a seu ponto máximo na sexta-feira, quando todos subirão ao Monte Arafat, em Meca. Os peregrinos, que procedem de todo o mundo e pertencem a diferentes ramificações do Islã, iniciaram sua estada nos locais sagrados com uma visita à mesquita de Medina, cerca de 600 quilômetros de Meca, onde está enterrado o profeta Maomé. Ideologia e política Dada a diversidade de ideologias e orientações políticas dos fiéis, o governo saudita alertou que não permitirá que estes levem às terras santas os conflitos políticos e sectários de seus países, como no caso do vizinho Iraque. "A peregrinação é apenas para peregrinar. Esperamos que isto esteja claro", disse o ministro do Interior, príncipe Naif bin Abdul Aziz al-Saud. "Não permitiremos nenhuma ação" que não seja do hajj, acrescentou o príncipe, de acordo com a agência saudita de notícias, SPA. Naif bin Abdul Aziz al-Saud deu as declarações depois de analisar, na terça-feira, o esquema montado pela polícia para garantir a segurança durante a presença no país dos "hóspedes de Deus", como os sauditas costumam chamar os peregrinos. As autoridades sauditas também adotaram várias medidas para evitar incêndios e avalanchas humanas, como as que ocorreram nos últimos anos, matando centenas de fiéis durante a peregrinação. Além de instalar novos hospitais móveis em Meca, o governo construiu uma nova ponte na estrada que leva à região de Muzdalifah, onde no ano passado houve várias fugas repentinas de pessoas. Também foram preparados vários matadouros para as centenas de milhares de animais, principalmente cordeiros, que os peregrinos degolarão no sábado, primeiro dia da festividade de Eid al-Adha (Festa do Sacrifício). A maioria dos fiéis, grande parte procedente de países islâmicos, especialmente Indonésia, Egito, Irã e Paquistão, mas também da Europa, dos EUA, da Índia e da China, já está em Meca, vestida com túnicas brancas, em sinal de pureza. A peregrinação Assim que chegam à cidade mais sagrada para o Islã, idosos e jovens, homens e mulheres dão sete voltas ao redor da Caaba, um monumento cúbico cuja primeira pedra, segundo a tradição islâmica, foi colocada por Adão e que foi construída por Abraão. A Caaba, onde fica a "pedra negra" - para os fiéis, um pedaço do paraíso celestial caído na Terra -, é o local chamado Qibla, em direção ao qual os muçulmanos de todo o mundo dirigem suas cinco preces diárias. Os peregrinos passam a noite desta quarta-feira em Mina, a cerca de sete quilômetros da Qaaba, onde estão instaladas centenas de milhares de tendas de campanha, antes de começar a subir o Monte Arafat, no qual o profeta Maomé fez seu último sermão. No dia seguinte, todos retornarão a Mina após passar a noite na localidade adjacente de Muzdalifah, onde recolhem pedras pequenas para atirá-las contra três colunas que simbolizam as tentações do demônio. Esse ritual é seguido pelo sacrifício de cordeiros, camelos e outros animais que marca o final da peregrinação e o começo do Eid al-Adha, festividade que lembra o sacrifício de Abrão.

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