Arafat aceita indicar primeiro-ministro palestino

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Yasser Arafat, anunciou que um novo cargo de primeiro-ministro será criado para auxiliar na condução dos assuntos cotidianos, numa atitude que atende a uma importante exigência dos Estados Unidos e da União Européia (UE) e que poderia melhorar as condições para a retomada das negociações de paz. O governo do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, que busca formas de derrubar Arafat, recusou-se a comentar o anúncio. No entanto, o prefeito de Jerusalém, Ehud Olmert, disse que, aos olhos israelenses, seria lógico que com a criação desse posto "Arafat fosse removido e o primeiro-ministro assumisse. Por isso, acho prematuro determinar o significado da declaração de Arafat". Governos ocidentais passaram os últimos meses pressionando o líder palestino para realizar reformas. O anúncio desta sexta-feira, feito no complexo governamental de Ramallah, veio à tona após uma reunião com diplomatas das Organização das Nações Unidas (ONU), da UE e da Rússia. "Eu decidi indicar um primeiro-ministro", declarou Arafat. Ele informou que convocaria imediatamente uma reunião do Parlamento palestino e do Conselho Central da Organização para a Libertação da Palestina para aprovar a medida. Arafat não informou quem será o primeiro-ministro, não disse quando ocorrerá a indicação e não revelou quanto poder terá o ocupante do cargo recém-criado. Há mais de três décadas, Arafat é o mais destacado líder do povo palestino e não vem dando indicações de que pretenda abrir mão de seu poder e aceitar um papel que o transformaria apenas numa figura simbólica. O ministro de gabinete Saeb Erekat revelou que o novo primeiro-ministro será subordinado a Arafat.

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