Arafat acha que Israel quer eliminá-lo

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Por Agencia Estado
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O chefe da Autoridade Nacional Palestina, Yasser Arafat, teme que Israel queira eliminá-lo, segundo afirmou a líderes árabes. A denúncia de Arafat não provocou declaração por parte dos principais líderes árabes, mas a imprensa de vários desses países, em parte controlada pelos respectivos governos, destinaram espaço ao tema e especularam sobre a possível substituição do presidente da Autoridade Palestina. "Arafat disse aos líderes árabes que foi ameaçado de morte por Israel", publicou nesta quarta-feira o jornal libanês Al-Mustaqbal, de propriedade do primeiro-ministro Rafic Hariri. O jornal internacional árabe Asharq al-Awsat publicou que Israel e os Estados Unidos já orquestram um cenário "pós-Arafat". Os EUA "compreendem" a idéia do primeiro-ministro de Israel Ariel Sharon de "derrubar Arafat sem ameaçar sua vida", publicou o diário, segundo o qual o Departamento de Estado norte-americano prepara-se para o futuro e Israel avalia os possíveis sucessores do presidente palestino. O lugar de Arafat poderia ser ocupado por Mahmoud Abbas, também conhecido como Abu Mazen, um dos autores dos acordos de paz de Oslo, assinados em 1993 entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Abbas tem o apoio de um comitê central formado por Ahmed Qureia, atual presidente do Parlamento palestino, Jibril Rajoub e Mohammad Dahlan, respectivamente chefes de segurança para a Cisjordânia e para a Faixa de Gaza. "Se Arafat for derrubado ou assassinado, quem restará para fazer a paz com Israel?", questionou o diário Gulf News, do Qatar. "Com quem Sharon negociará se Arafat for destruído?", pergunta o jornal An-Nahar, de Beirute. A resposta parece ter sido dada pelo jornal árabe internacional Al-Hayat, para o qual a "alternativa a Arafat são o caos e os líderes extremistas do Hamas e da Jihad Islâmica". O silêncio dos líderes do mundo árabe foi criticado pelo chanceler iraniano, Kamal Kharazi, durante entrevista concedida à rede de tevê Al-Jazeera, do Qatar. "Tal silêncio é reprovável", acusou. "Os Estados árabes e islâmicos deveriam ser mais ativos". O jornal Babel, de Bagdá, cujo dono é Udai, o primogênito do presidente Saddam Hussein, acusou a diplomacia árabe de ser "incapaz de garantir a segurança dos palestinos".

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