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Arafat acusa Israel de usar gás nervoso

Por Agencia Estado
Atualização:

O líder da Autoridade Palestina (AP), Yasser Arafat, reiterou nesta terça-feira, em conversa com o presidente da Tunísia, Ben Ali, uma acusação segundo a qual Israel teria utilizado bombas de gás nervoso nos territórios palestinos, revelou uma fonte palestina em Túnis. De acordo com a mesma fonte, no diálogo desta terça-feira, ocorrido no palácio presidencial, Arafat e Ben Ali "conversaram sobre os últimos desdobramentos do processo de paz na região como conseqüência da eleição de Ariel Sharon para o cargo de primeiro-ministro de Israel". Escalada de violência Eles também falaram sobre a escalada de violência "nos territórios controlados pela Autoridade Palestina devido ao uso contra os palestinos de Khan Yunis, por parte de Israel, de bombas de gás proibidas internacionalmente". Arafat e Ben Ali concordaram sobre a necessidade de atuar para acabar com as agressões. A Tunísia preside o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) durante o mês de fevereiro. O líder palestino deixou Túnis ao meio-dia, dirigindo-se a Amã, onde tem programada uma reunião com o rei Abdullah II, da Jordânia. Troca de acusações Em Tel Aviv, a intoxicação de dezenas de palestinos ocorrida nesta segunda-feira em Gaza aumentou a polêmica e a troca de acusações entre palestinos e autoridades militares israelenses. Enquanto a Autoridade Palestina acusa o Estado judeu de ter recorrido ao uso de gás nervoso, Israel garante que o fenômeno foi provocado por uma cortina de fumaça. "Estamos perturbados", comentou o general Abdel Razek Majaida, chefe do serviço palestino de segurança, em um comunicado divulgado nesta terça-feira em Gaza. "Israel utilizou gás lacrimogêneo misturado com gás nervoso. Trata-se de um ato criminoso", acusou. Por sua vez, um porta-voz militar israelense rechaçou as acusações e explicou que a nuvem causadora da intoxicação de dezenas de pessoas foi provocada por uma cortina de fumaça surgida após duros confrontos entre manifestantes palestinos e o Exército de Israel. "Urânio empobrecido" Durante a conferência econômica de Davos, Suíça, Arafat acusou o Estado judeu de utilizar projéteis contendo urânio empobrecido. A acusação também foi negada pelas autoridades israelenses. Ainda nesta terça-feira, palestinos acusaram soldados israelenses de disparar tiros de metralhadora e bombas em Khan Yunis e de utilizar, pelo segundo dia consecutivo, um novo tipo de gás mais forte que o gás lacrimogêneo. Médicos de hospitais palestinos disseram que mais de 60 pessoas foram internadas com ferimentos à bala. De acordo com o Exército israelense, durante todo o dia foram registradas trocas de tiros em Khan Yunis. Mas os militares voltaram a negar a utilização de um novo e mais forte tipo de gás. Segundo eles, os palestinos dispararam mísseis antitanque contra posições israelenses.

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