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Arafat alerta para risco de mais violência

Por Agencia Estado
Atualização:

O líder palestino Yasser Arafat alertou que o conflito no Oriente Médio ficará ainda pior, agora que o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, dependerá de partidos da extrema direita e religiosos para se manter no poder. Sharon, enquanto isso, escolheu um linha-dura como seu novo ministro da Defesa e se esforçava para rearrumar o governo, depois que o moderado Partido Trabalhista abandonou a coalizão governista. A renúncia do ministro da Defesa Binyamin Ben-Eliezer, do ministro do Exterior Shimon Peres e de quatro outros ministros trabalhistas entra em vigor no sábado, mas existe uma concordância generalizada de que o "governo de unidade", de 20 meses, de Sharon chegou ao fim. Sharon disse que não convocará eleições antecipadas, o que o obrigará a buscar o apoio de legisladores ultranacionalistas. As eleições em Israel estão marcadas para novembro de 2003. Num sinal do esperado giro para a direita, Sharon ofereceu a crítica pasta da Defesa para Shaul Mofaz, que como comandante do Estado-Maior até quatro meses atrás construiu uma reputação de duras políticas e defendeu publicamente a expulsão de Arafat dos territórios palestinos. Um assessor de Sharon, Arnon Perlman, disse que Mofaz aceitou o convite. Arafat, que várias vezes criticou Mofaz, advertiu Israel sobre as conseqüências da nomeação. "Mofaz de um lado, (o atual comandante do Estado-Maior Moshe) Yaalon de outro, Sharon acima deles... imagine como esta região virá a ser", disse Arafat. "Espero uma escalada contra nós, especialmente se estamos falando de um tal novo governo", acrescentou. A dependência de Sharon da direita provavelmente matará qualquer chance de um plano de paz apoiado pelos EUA, que exige que o Estado judeu congele a construção de colônias, retire suas tropas de cidades palestinas e aceite o estabelecimento de um Estado palestino com fronteiras provisórias no ano que vem. A posição política de Sharon está longe de ser segura, já que a partida dos trabalhistas o deixa com o apoio de apenas 55 legisladores no Parlamento de 120 cadeiras. Seu novo teste ocorrerá na segunda-feira, quando o Parlamento votará uma série de moções de censura. Entretanto, não está claro se a oposição, formada por diversas facções com diferentes ideologias, conseguirá juntar 61 legisladores necessários para derrubar Sharon.

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