Arafat está confiante, diz Lill

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Por Agencia Estado
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O presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, está confiante na reação da comunidade internacional para forçar o Exército de Israel a desocupar o território autônomo palestino na Cisjordânia. No encontro que manteve, nesta quarta-feira, com os ativistas estrangeiros que estão confinados em seu quartel-general em Ramallah, Arafat reafirmou que está disposto a sentar a qualquer momento para negociar a paz, desde que com o território palestino assegurado. ?Estamos na expectativa de que a ONU designe uma força de paz?, disse o líder do MST Mário Lill, que está desde domingo no bunker de Arafat, cercado por tropas israelenses. Segundo o brasileiro, uma comitiva de 10 deputados do Parlamento Europeu tentará chegar nesta quinta-feira ao QG de Arafat. Nesta quarta-feira o presidente da Colômbia, Andrés Pastrana, e da Venezuela, Hugo Chávez, teriam ligado para prestar solidariedade ao grupo de estrangeiros. Conforme Lill, Arafat também comentou que a reação do povo brasileiro e do presidente Fernando Henrique Cardoso era favorável à causa palestina. Os 35 ativistas estrangeiros têm mantido contato quase diário com o líder palestino, apesar de ficarem em partes diferentes do ?palácio do governo?. De acordo com o brasileiro, centenas de soldados estão junto com Arafat, armados de fuzis e pistolas. Todos estão vivendo em regime de racionamento dos poucos alimentos e da água ainda disponível no local. ?Hoje comi pão árabe no almoço e, no final do dia, feijão enlatado?, relatou Lill, usando o celular de um ativista alemão para se comunicar com o Brasil. Às 2h da madrugada desta quinta-feira, horário de Ramallah, quando recebeu a ligação da reportagem do Estado, o líder do MST ainda ouvia o barulho dos tanques israelenses. ?Há muita movimentação de tanques no lado de fora, muito barulho?, disse Lill. Segundo ele, a ofensiva militar desencadeada pelo primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, tem por objetivo a destruição de toda a base econômica e social das cidades palestinas. ?Estão matando gente na rua e impedindo que a Cruz Vermelha recolha os corpos?, denuncia o brasileiro. Lill disse que não pretende deixar o QG enquanto não for negociada uma saída pacífica para o conflito. Alguns ativistas alemães, segundo ele, tentam negociar com a embaixada de seu país uma forma de sair do local em segurança, mas ainda não há nada garantido. ?No momento em que eu sair, o Exército nos agarra. Eles estão raivosos.?

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