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Arafat indica presidente do Parlamento para o lugar de Abbas

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, indicou hoje Ahmed Qureia, presidente do Conselho Legislativo Palestino (Parlamento) e negociador-chave dos acordos de paz de 1993, para o cargo de primeiro-ministro em substituição a Mahmud Abbas, que renunciou ao cargo ontem. "A indicação de Abu Ala (como Qureia é conhecido entre os palestinos) foi aprovada por unanimidade pelo Comitê Central da Fatah (principal grupo político da Organização de Libertação da Palestina, liderado por Arafat)", anunciou Abbas Zaki, porta-voz da facção. O secretário de Estado americano, Colin Powell, disse esperar que o novo primeiro-ministro disponha de poderes suficientes para cumprir as diretrizes do mapa da estrada - plano de paz patrocinado pelos Estados Unidos e apoiado pelas Nações Unidas, União Européia e Rússia. O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, reiterou que em nenhuma hipótese negociará com Arafat - direta ou indiretamente. O chanceler israelense, Silvan Shalom, chegou mesmo a reconsiderar a expulsão de Arafat. "É uma medida inevitável depois da renúncia de Abbas", ressaltou ele. Mas essa posição não conta com o apoio de Powell nem da conselheira de segurança nacional da Casa Branca, Condoleeza Rice. "Arafat não se tem mostrado ao longo dos anos um bom parceiro para negociar a paz, mas não concordamos com a retirada dele dali", disse Powell. Para Rice, Arafat "continua sendo um obstáculo para a paz", mas fora do cenário teria maior margem de manobra para agir e influir. Abbas, o ex-chefe de governo palestino, vinha sofrendo intensa pressão de Israel e dos Estados Unidos para jogar duro com os grupos radicais e erradicá-los. Basicamente o que levou Abbas à renúncia foi a insistência de Arafat em manter o controle do esquema de segurança palestino. Ele era acusado de fazer concessões a Israel. O novo primeiro-ministro, Ahmed Qureia, é um líder moderado - negociador veterano dos acordos de paz de 1993 em Oslo (Noruega). Foi apontado como um dos principais articuladores daquele acordo secreto, que estabeleceu a Autoridade Palestina.

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