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Arcebispo de Canterbury critica a política de Blair no Iraque

Em artigo publicado no The Times, Rowan Williams afirma que Blair e Bush "ignoraram de forma sistemática" os riscos da invasão do país árabe para os cristãos

Por Agencia Estado
Atualização:

O arcebispo de Canterbury e primaz da Igreja Anglicana, Rowan Williams, criticou a política do primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, no Iraque ao afirmar que põe em perigo as comunidades cristãs do Oriente Médio. Em artigo publicado na edição deste sábado do jornal The Times, Williams afirma que Blair e o presidente americano, George W. Bush, "ignoraram de forma sistemática" os riscos da invasão do país árabe para os cristãos. Segundo o arcebispo, que se encontra em visita à cidade cisjordaniana de Belém, berço do cristianismo, a estratégia de Londres e Washington não levou em conta que, com a guerra, os cristãos "seriam vistos como partidários da cruzada do Ocidente". Dessa maneira, Blair e Bush agiram com "ignorância" e "pequenez de alvos", segundo o líder anglicano, quem lamenta que os cristãos se encontrem atualmente em uma situação de "risco" no Oriente Médio. "Os resultados são agora dolorosos em um contexto já difícil para as comunidades cristãs na região", assinalou o primaz. "Os resultados são agora dolorosos em um contexto já difícil para as comunidades cristãs na região", assinalou o primaz. "A própria população cristã do Iraque diminui em milhares a cada dois meses e alguns de seus líderes mais eficazes se viram forçados a emigrar", acrescentou Williams. Um porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Reino Unido respondeu às afirmações do religioso: "Discordamos dessas opiniões. Não achamos que seja nossa política no Iraque o que causa sofrimento aos cristãos". O porta-voz atribuiu a crise do Iraque ao "extremismo intolerante de pessoas que querem causar dor, sofrimento e caos para criar sociedades nas quais querem impor sua forma de vida a pessoas que claramente votaram pela democracia e por um governo democrático".

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