ARGEL - O governo da Argélia anunciou nesta terça-feira, 22, que o gabinete do país aprovou a suspensa do estado de emergência vigente no país há 19 anos. As autoridades já haviam anunciado a medida, que só agora recebeu aprovação formal. A decisão, porém, só terá validade quando for publicada no diário oficial do país. A data para a publicação ainda não foi estabelecida.
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A Argélia está entre o grupo de países de maioria árabe nos quais foram registrados protestos contra o governo. Abdelaziz Bouteflika, o presidente argelino, está no poder desde 1999, e tem sido pressionado por reformas políticas e econômicas. A suspensão do estado de emergência foi uma das concessões prometidas aos manifestantes.
O estado de emergência foi declarado no momento em que a Argélia mergulhava em uma guerra civil entre militantes islâmicos e as forças do governo, uma batalha que deixou mais de 200 mil mortos. As autoridades insistiam que a medida era uma ferramenta necessária na luta contra o terrorismo, mas críticos dizem que se tornou um pretexto para a repressão.
Embora os planos do governo não sejam claros, as autoridades ainda pretendem manter a proibição de protestos na capital, Argel, fazendo da suspensão do estado de emergência uma vitória apenas parcial da oposição. A data para que a medida seja de fato levantada não foi fixada, mas segundo o governo, "é iminente".