O Governo argelino afirmou neste sábado que as manifestações do papa Bento XVI sobre a religião muçulmana são "um modo de semear o rancor e a humilhação". Em declaração divulgada neste sábado, o Ministério de Assuntos Religiosos argelino afirmou que as palavras do papa "atentam" contra o Islã. O texto também afirma que as mesquitas argelinas explicam e esclarecem os preceitos do Islã, em vez de "reagir com violência a este tipo de declarações que atentam contra o Islã". "A responsabilidade que incumbe ao papa exige que promova a aproximação entre os povos", disse um porta-voz do ministério, que questionou "como um personagem que assume uma responsabilidade de tamanha importância pode ignorar os conceitos do Islã evocados no Corão". O ministro de Assuntos Religiosos argelino, Bouabdallah Ghoulam Allah, pediu hoje ao papa que "apresente suas desculpas à nação muçulmana". Em cartas enviadas ao embaixador do Vaticano e ao Arcebispo de Argel, o ministro lamenta as declarações de Bento XVI, que "não servem à humanidade, já que ocorrem em um contexto marcado por um fragrante desconhecimento do Islã". O ministro argelino pediu que o papa "reconsidere" suas declarações, alegando que "os sábios não poderiam se permitir julgar uma religião" além de com base dos textos oficiais.