ARGEL - O governo da Argélia encerrará até o fim deste mês o estado de emergência em vigor há 19 anos, anunciou nesta quarta-feira, 16, o primeiro-ministro Ahmed Ouyahia. "A suspensão do estado de emergência ocorrerá antes do fim do mês, juntamente com o anúncio de diversas medidas nas áreas de habitação, emprego e governança", declarou o chefe de governo, citado pela agência estatal de notícias APS.
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Ouyahia, que também é secretário-geral do partido Reagrupamento Nacional Democrático (RND), assinalou que não devem ser ignorados os eventos atuais nos países árabes e islâmicos, e ressaltou a necessidade de apresentar soluções adequadas aos problemas da juventude argelina, segundo a agência oficial.
Ao longo das últimas semanas, funcionários argelinos afirmaram em diversas ocasiões que o estado de emergência seria suspenso em breve, mas sem apresentar uma data específica. O estado de emergência vigora desde 1992, quando teve início um período de violência entre forças do governo e insurgentes islâmicos, durante o qual entre 150 mil e 200 mil pessoas morreram.
Líderes argelinos de oposição, empolgados com o sucesso das recentes revoltas populares no Egito e na Tunísia, convocaram para o sábado um novo protesto contra o governo do presidente Abdelaziz Bouteflika. No último sábado, cerca de 2 mil pessoas saíram às ruas para um protesto contra o governo, apesar da vigência de uma proibição específica a manifestações e do estado de emergência.
A Argélia não viveu manifestações violentas nesta quarta, mas grupos de estudantes se reuniram em frente ao Ministério da Educação para protestar contra medidas do governo que, dizem os manifestantes, desvalorizam seus estudos e diplomas. As informações são da Dow Jones.
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Com Efe.