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Argentina apela à Cruz Vermelha para identificar mortos nas Malvinas

Presidente argentina pede que órgão interceda junto a britânicos sobre corpos de conflito.

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Por Redação
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A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, disse nesta segunda-feira que pediu ajuda à Cruz Vermelha para que sejam identificados os soldados mortos na guerra das Malvinas, em 1982. "Mandei uma carta à Cruz Vermelha Internacional pedindo que interceda junto ao Reino Unido para poder identificar os homens argentinos e ingleses que ainda não foram identificados", afirmou. "Cada familiar, cada mãe, tem o direito de ter uma lápide para chorar seus mortos". As declarações foram feitas durante discurso que realizou na cidade de Ushuaia, na Província da Terra do Fogo, na Patagônia, onde liderou cerimônia pelos 30 anos da guerra com a Grã-Bretanha. Estima-se que 123 corpos de soldados argentinos permanecem sem identificação, sepultados no cemitério de Darwin, no arquipélago no Atlântico Sul, segundo a Comissão de Ex-Combatentes das Ilhas Malvinas, com base na cidade de La Plata. As lápides dos soldados desconhecidos, escritas em cruzes brancas, limitam-se à descrição: "Soldado argentino somente conhecido por Deus". Soberania No ano passado, ex-veteranos da guerra entraram na Justiça pedindo o reconhecimento dos corpos de ex-companheiros de combate, de acordo com o jornal Los Andes, da província de Mendoza. No total, 649 argentinos morreram durante os 74 dias de conflito no arquipélago, onde as tropas do país desembarcaram no dia 2 de abril de 1982 e acabaram rendidas em 14 de junho daquele mesmo ano. No discurso, a presidente reiterou críticas à Grã-Bretanha, tanto pelo suposto aumento no efetivo de defesa militar na região das ilhas como pela exploração petroleira no arquipélago. "Queremos justiça para a região e uma área desmilitarizada. Não queremos capacetes de guerra", afirmou Cristina Kirchner. A presidente argentina declarou ainda que a disputa pela soberania das ilhas deixou de ser causa nacional e passou a ser também de "todos os países da Unasul" e insistiu no pedido de diálogo com os britânicos para a discussão do assunto. "É injusto que persistam âncoras coloniais como a que temos aqui", disse Kirchner. "Queremos justiça para que não continuem depredando nosso meio ambiente, nossos recursos naturais, nossa integridade territorial e para os que ainda não foram identificados." A data desta segunda-feira é feriado nacional na Argentina e as cerimônias pela Guerra das Malvinas - que incluem homenagens aos veteranos - são realizadas em vários pontos do país. A jornada incluiu também faixas em campos de futebol no domingo e passeatas em Buenos Aires nesta segunda. O principal alvo de protestos foi a embaixada britânica em Buenos Aires, onde ativistas queimaram bandeiras da Grã-Bretanha em protesto contra a "ocupação" nas Malvinas. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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