Argentina condena ex-diretores da Ford por crimes durante regime militar do país

Julgamento prova a ligação entre o poder empresarial com a ditadura do país, que durou de 1976 a 1983

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BUENOS AIRES - Um tribunal argentino condenou na segunda-feira 10 dois ex-diretores da filial argentina da Ford Motor Co. e um ex-militar pelo sequestro e tortura de 24 trabalhadores da empresa. Eles cumprirão penas de 10 e 15 anos.

Parentes das vítimas irromperam em aplausos quando saiu a sentença desfavorável aos ex-executivos que tiveram participação no sequestro e na tortura dos ex-trabalhadores durante a ditadura militar da Argentina Foto: Gustavo Garello/AP Photo

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Santiago Omar Riveros, ex-chefe de um corpo do Exército, foi condenado a 15 anos de prisão: Héctor Francisco Sibilla, responsável pela segurança da fábrica da Ford no local de General Pacheco - ao norte da capital argentina - a 12 anos; Pedro Müller, ex-gerente de manufatura, a 10 anos.

Os juízes do tribunal consideraram que os três cometeram “delitos de lesa-humanidade” como invasão de domicílios, privações ilegítimas de liberdade agravadas por ato de violência e ameaças e imposição de tormentos.

Uma vez lida a sentença, os parentes das vítimas, que estiveram assistindo à audiência, irromperam em aplausos. O julgamento é considerado histórico porque provou a conivência do poder empresarial com a ditadura militar da Argentina. O caso é o primeiro a chegar a uma condenação por responsabilidade empresarial nos crimes cometidos pela ditadura que governou a Argentina de 1976 a 1983.

A Associated Press tentou contatar com a filial da Ford para conhecer a sua opinião sobre o julgamento, mas não teve retorno. / AP

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