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Argentina manda vice a Quito para retomar crítica ao chavismo

Gabriela Michetti citará os presos políticos na Venezuela em cúpula da Celac

Por Rodrigo Cavalheiro , CORRESPONDENTE e BUENOS AIRES
Atualização:

A vice-presidente argentina, Gabriella Michetti, antecipou que renovará nesta quarta-feira diante do líder venezuelano Nicolás Maduro em Quito a crítica ao chavismo por manter presos políticos.

Gabriela Michetti representará Macri na cúpula da Celac, em Quito Foto: EFE/MARIO RUIZ

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Há expectativa sobre a forma como o fará e qual será resposta do venezuelano, que no fim de semana prometeu “ir com tudo” para o encontro da Celac. Ele ainda esperava encontrar o chefe de Estado argentino, Mauricio Macri, que cancelou a viagem no domingo. Macri fraturou uma costela no dia 8 e viajou à Suíça na semana passada para o Fórum Econômico Mundial. Na volta, seu médico recomendou que não fosse a lugares acima de 2.400 metros. Quito está a 2.850 e Davos, a 1.500.

Dentro da coalizão de centro-direita com que Macri chegou ao poder, Michetti é uma das vozes menos moderadas. Brigou com o líder argentino no meio do ano, quando ele impediu que ela disputasse a prefeitura de Buenos Aires. 

Michetti estará acompanhada da chanceler Susana Malcorra. “O ideal é que a chanceler a oriente a ser firme e moderada. Se deixasse de tocar no tema, pareceria um recuo”, avalia Patricio Carmody, do Conselho Argentino para as Relações Internacionais. Na reunião do Mercosul em dezembro, a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, reagiu à reivindicação de Macri acusando-o de ter mandado soltar torturadores que agiram na última ditadura argentina (1976-1983). Ele não fez isso.

Na opinião da cientista política Elsa Cardoso, da Universidad Central de Venezuela, Maduro deveria se dedicar a uma reaproximação com países vizinhos para amenizar a crise econômica. “A relação se deteriorou pelas dívidas que contraiu e por ter ultrapassado limites. Mesmo os bolivarianos já não defendem Maduro.”

Para a especialista, a posição do Brasil é um sinal da perda de apoio de Caracas. “Os termos do Itamaraty têm sido sutilmente mais duros. Ninguém quer sair numa foto concordando com o que ocorre na Venezuela”, avalia. 

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