Argentina não responderá 'afrontas militares' de Cameron sobre Malvinas

Chanceler argentino volta a dizer que questão só será resolvida mediante negociações diretas

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BUENOS AIRES - O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman, afirmou nesta quinta-feira, 19, que não responderá às "afrontas militares" do primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, que aprovou o aumento da presença militar britânica nas ilhas Malvinas, território disputado pelos dois países.

 

"O único caminho que o governo britânico tem para resolver esta questão é a negociação direta", disse o chanceler a uma rádio de Buenos Aires. "Não há dúvida de que a Argentina procura uma solução pacífica, negociada e civilizada. Não vamos contestar nenhuma afronta militarista de Cameron", acrescentou Timerman, que no momento está em El Salvador realizando uma viagem pela América Central.

 

O jornal The Times divulgou nesta quinta que o primeiro-ministro decidiu aumentar o número de militares na região por causa das tensões crescentes entre os dois países. Na terça-feira, Cameron convocou ao Conselho Nacional de Segurança para tratar da situação e acusou a Argentina de "colonialismo" por reivindicar a soberania das Malvinas.

 

O país sul-americano tenta recuperar a posse das Malvinas desde 1833, quando elas foram ocupadas por tropas britânicas. O chanceler disse que a estratégia do país está dando resultado e que a Argentina conseguiu a "solidariedade e o compromisso da região e dos organismos internacionais" na disputa com o Reino Unido.

 

Timerman disse que até mesmo os jornais conservadores britânicos, como o The Times, não apoiam o país europeu. O ministro lembrou também do pedido da ONU para que a questão seja resolvida de forma negociada por ambas as partes.

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Neste ano, completam-se 30 anos das Guerras das Malvinas, quando Argentina e Grã-Bretanha travaram um conflito pela posse do território. 

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