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Argentina pede extradição de militares uruguaios

Os seis uruguaios são acusados de raptar e matar a nora de um famoso poeta argentino durante a ditadura no país

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo da Argentina pediu nesta segunda-feira a extradição de cinco militares uruguaios e um ex-policial procurados pelo desaparecimento da nora de um famoso poeta argentino em 1976. Um alto oficial do Exército confirmou no sábado as prisões de seis ex-militares, depois que a juíza uruguaia Aida Vera emitiu a ordem na sexta-feira. O embaixador argentino Hernan Patino Mayer entregou o pedido de extradição e outros documentos ao ministro do Exterior uruguaio, Reinaldo Gargano, segundo o gabinete do ministro. O Gabinete de Barreto não comentou sobre o pedido de extradição, e não informou se os detidos fizeram sua primeira aparição no tribunal. A captura e o desaparecimento de Maria Claudia Garcia, nora do poeta Juan Gelman, continua sendo um célebre caso não resolvido da ditadura militar na Argentina e no Uruguai há décadas. Maria Claudia foi seqüestrada durante o início da ditadura uruguaia, que durou sete anos. Cerca de 13 mil pessoas foram listadas oficialmente como mortas ou desaparecidas na Argentina durante esse período. O primeiro presidente de esquerda do Uruguai, Tabaré Vazquez, ordenou em agosto que especialistas forenses começassem uma busca pelos restos mortais de 26 pessoas desaparecidas durante a ditadura do país. Investigadores de direitos humanos acreditam que Maria Claudia foi levada secretamente, depois de seu seqüestro em Buenos Aires, para a capital uruguaia, Montevidéu, onde ela deu à luz a uma menina. Eles suspeitam que Maria Claudia foi morta depois de sua captura. Antropólogos forenses em busca dos restos de Garcia e de outras vitimas da ditadura uruguaia entre 1973 e 1985 recuperaram recentemente dois corpos identificados como de esquerdistas da época. O presidente da Argentina, Nestor Kirchner, pediu várias vezes ajuda do governo uruguaio para que a investigação sobre a morte de Maria Claudia seja resolvida. Em 1999, a filha de Maria Claudia reuniu-se com sua família biológica depois que testes de DNA confirmaram sua identidade. Ela havia sido adotada por uma outra família.

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