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Argentina prorroga restrições e presidente prevê ‘semanas difíceis’ devido à covid-19

A área metropolitana de Buenos Aires, que está no nível de risco mais alto do sistema criado pelo governo para medir as regiões de maior contaminação, é o principal foco das restrições estendidas até 21 de maio

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Por Redação
Atualização:

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou nesta sexta-feira, 30, a prorrogação por três semanas das restrições de circulação impostas pelo governo do país para combater a pandemia de covid-19.

Com isso, o toque de recolher e a suspensão das aulas será mantido até 21 de abril. A decisão é uma resposta ao novo recorde de mortes por covid-19 registrado na quinta-feira, quando 561 óbitos ocorreram em 24h.

Presidente Alberto Fernández anuncia novas medidas restritivas para Buenos Aires e região Foto: Esteban Collazo/Argentinian Presidency/AFP

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“Precisamos de uma redução dos casos mais notável e sustentada dos casos. Devido aos contágios que já tivemos e aos que existem atualmente, as próximas semanas podem ser muito duras”, disse Fernández.

A área metropolitana de Buenos Aires, que está no nível de risco mais alto do sistema criado pelo governo, é o principal foco das restrições.

Serão mantidas as restrições à circulação entre 20h e 6h para regiões consideradas “zonas de alto risco epidemiológico”. Além disso, estabelecimentos comerciais devem fechar às 19h. Bares e restaurantes podem atender por delivery depois do horário fixado. As escolas seguirão fechadas e as aulas, em sistema remoto.

No meio de uma forte controvérsia com o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, que resistiu à suspensão das aulas na capital, Fernández também anunciou que enviará ao Congresso um projeto de lei para expandir os poderes da presidência e dos governadores para reforçar as medidas de enfrentamento à crise sanitária.

"As medidas pandêmicas são estritamente para salvar vidas. As regras que estabelecemos devem ser cumpridas por todos igualmente", disse o presidente.

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A Argentina tem um total de quase 3 milhões de casos e mais de 63.000 mortes em decorrência do novo coronavírus.

Economia argentina já vinha mal desde o início do ano, quando caiu 4,6% no primeiro trimestre. Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE

Há duas semanas, Fernández ordenou o fechamento de escolas em Buenos Aires e nos subúrbios da capital, a zona do país onde o número de casos tem aumentado mais rapidamente.

"Em mais de 20 províncias há aulas presenciais. Para nós, a educação é uma prioridade. As classes à distância só são realizadas onde a pandemia o exige", disse o presidente.

Mas Rodríguez Larreta, em oposição à medida, recorreu ao Supremo Tribunal de Justiça. A corte ainda não se posicionou sobre o caso.

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Mais de 5.300 pacientes com covid-19 estão hospitalizados em unidades de terapia intensiva, o que representa uma taxa de ocupação de 68,4% a nível nacional e 76,6% na área metropolitana de Buenos Aires, de acordo com boletim divulgado na quinta.

Até agora, a Argentina recebeu 10 milhões de doses de vacinas de diferentes laboratórios e 7,86 milhões de pessoas já foram imunizadas com pelo menos uma dose. Todos os grupos de risco, particularmente os maiores de 60 anos e pessoas de outras idades com comorbilidades, ainda aguardam para serem vacinados.

O presidente argentino também anunciou que vai reforçar a assistência econômica com um investimento de 300 milhões de pesos (cerca de 3 milhões de dólares).

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A Argentina, em recessão desde 2018, sofreu uma contração do Produto Interno Bruto de 9,9% no ano passado, durante o longo confinamento. A pobreza atinge 42% da população e o desemprego é de 11%. / AFP

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