Argentina realiza 1º julgamento de repressor após anulação de lei de anistia

Após as leis de anistia serem consideradas inconstitucionais, em 2005, numerosos casos contra ex-membros das Forças Armadas e policiais de todo o país foram reabertos

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-policial Miguel Etchecolatz se converterá, a partir de terça-feira, no primeiro repressor da última ditadura militar da Argentina a enfrentar um julgamento público por violações dos direitos humanos após a anulação das leis de perdão. Etchecolatz, ex-diretor de investigações da então temida polícia da província de Buenos Aires, será julgado por delitos de privação ilegal de liberdade, torturas e homicídios de seis esquerdistas "desaparecidos" durante o regime de 1976 a 1983. Pouco depois do regresso da democracia na Argentina, alguns chefes da ditadura, como Jorge Rafael Videla e Emílio Massera, foram julgados e condenados por delitos de lesa humanidade. Mas os militares de menor patente escaparam da justiça graças a duas leis de anistia - conhecidas como Ponto Final e Obediência Devida - sancionadas no final da década de 1980. Ambas as leis foram consideradas inconstitucionais pela Corte Suprema de Justiça em 2005, o que permitiu a reabertura de numerosos casos contra ex-membros das Forças Armadas e policiais de todo o país.

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