´Argentina recuperará aquilo que lhe pertence´, diz vice

Daniel Scioli substituiu Kirchner na cerimônia dos 25 anos da invasão argentina às Malvinas e afirmou que o país recorrerá a meios pacíficos para retomar arquipélago

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Por Agencia Estado
Atualização:

"A Argentina recuperará aquilo que lhe pertence", afirmou nesta segunda-feira, 2, o vice-presidente Daniel Scioli, em alusão explícita às ilhas Malvinas. Scioli, que substituiu o presidente Néstor Kirchner na cerimônia de comemoração dos 25 anos da invasão argentina às Malvinas, afirmou que a Argentina recorrerá a meios pacíficos para recuperar as ilhas. Kirchner preferiu não participar da cerimônia realizada na cidade de Ushuaia, capital da província de Tierra del Fuego. Os analistas destacam que o cancelamento da participação do presidente foi provocada pela presença em Ushuaia de centenas de professores das escolas públicas da Patagônia que há semanas desafiam o governo Kirchner para pedir aumentos salariais. O vice-presidente afirmou que o domínio britânico nas ilhas é "colonial". Segundo ele, as Malvinas "são argentinas, sempre foram e serão argentinas". Sicoli sustentou que "jamais" a Argentina deixará de reivindicar seus "legítimos direitos" sobre o arquipélago. A disputa pela soberania do arquipélago é motivo de tensão entre os dois países desde que os laços diplomáticos foram retomados, em 1990. A escolha de Ushuaia para as cerimônias oficiais tem motivos simbólicos, já que a cidade é a capital da província que formalmente engloba as Malvinas ("Província de Tierra del Fuego, Malvinas e islas del Atlántico Sur" é a denominação oficial). Além de Scioli também esteve presente na cerimônia o chanceler Jorge Taiana, que declarou que o governo argentino desferirá uma intensa ofensiva na ONU e na Organização dos Estados Americanos (OEA) para pressionar a Grã-Bretanha a sentar novamente à mesa de negociações. Trezentos veteranos de guerra também participaram das comemorações em Ushuaia. No total faleceram 649 soldados e oficiais no conflito. Em 2 de abril de 1982, a Junta Militar argentina decidiu ocupar as ilhas Malvinas, o que motivou uma guerra com o Reino Unido que terminou com a rendição da Argentina em 14 de junho daquele ano e deixou um saldo de mais de mil mortos.

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