Argentina se queixa ao Irã por ameaças a promotor

Ele investiga atentado de 1994 contra associação judaica de Buenos Aires

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Chancelaria da Argentina expressou ao encarregado de negócios do Irã no país sua preocupação diante das ameaças recebidas na França pelo promotor Alberto Nisman, informaram na segunda-feira fontes oficiais. Ele investiga o atentado cometido em 1994 contra uma associação judaica de Buenos Aires. O vice-chanceler argentino, Roberto García Moritán, conversou na sexta-feira com Moshen Baharvand, o mais alto funcionário iraniano no país, para discutir o incidente, acrescentaram as fontes. Na terça-feira da semana passada, o promotor Alberto Nisman reivindicou ao Secretariado Geral de Interpol, com sede em Lyon (França), o caráter prioritário para as ordens de captura de nove iranianos, determinadas no ano passado pelo juiz argentino Rodolfo Canicoba Corral. Entre os reivindicados pela justiça argentina pelo atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que causou 85 mortes, estão o ex-presidente iraniano Hashemi Rafsanjani e os ex-ministros de Relações Exteriores, Ali Akbar Velayati, e de Informação e Segurança, Ali Fallahijan. Nisman disse ter sido "amedrontado" pela delegação iraniana. Ao voltar a Buenos Aires, decidiu comunicar o incidente à Chancelaria. Segundo a investigação de Nisman, o ataque à Amia, em 18 de julho de 1994, atendeu a uma decisão do governo do Irã, que "encomendou" ao grupo terrorista islâmico Hezbollah "a organização do atentado". A tensão nas relações entre Argentina e o Irã, restringidas a seus encarregados de negócios, voltou a subir a partir das ordens de captura decretadas pelo juiz argentino.

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