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Argentina teme ter mais um navio retido

Por ARIEL PALACIOS , CORRESPONDENTE e BUENOS AIRES
Atualização:

O governo argentino teme a possibilidade de ter uma outra embarcação retida na África, a exemplo do que ocorreu com a fragata Libertad, que no dia 2 foi impedida de deixar o Porto de Tema, em Gana, em razão de uma ordem judicial solicitada aos tribunais do país africano pelo fundo de investimento NLM-Elliot, que tem US$ 1,6 bilhão em títulos da dívida argentina. O resgate desses papéis foi suspenso por Buenos Aires em dezembro de 2001.O ministro da Defesa argentino, Arturo Puricelli, afirmou que está "avaliando" a situação do navio de guerra Espora, mandado para a África do Sul semanas atrás para exercícios militares que envolveram embarcações sul-africanas, brasileiras e uruguaias. O navio argentino teve problemas no sistema elétrico e ficou ancorado no Porto da Cidade do Cabo, na África do Sul, desde o dia 10. O temor do governo é que a Espora - que tem 105 tripulantes - também se torne alvo de credores que têm títulos da dívida argentina, como no caso da fragata Libertad. O governo argentino afirma que não pagará o depósito de US$ 20 milhões exigido pelos tribunais de Gana para liberar a embarcação. "A Espora está sendo reparada na África do Sul. Estamos de olho para que não haja nenhum problema", disse Puricelli, cuja permanência no cargo está por um fio em virtude da retenção da Libertad. O chanceler argentino, Héctor Timerman, rival de Puricelli, anunciou que o governo da presidente Cristina Kirchner "estuda" recorrer à Justiça internacional para reaver a Libertad. Segundo Timerman, desde o calote da dívida, a Argentina sofreu 28 embargos contra propriedades suas no exterior e sempre conseguiu recuperá-las. Foi a primeira vez que o governo argentino admitiu que havia sido alvo de sanções do gênero. Na quinta-feira, desembarcaram em Buenos Aires os 285 tripulantes da Libertad, entre eles, o segundo-tenente da Marinha brasileira Lailton Souza Jorge, que permanecia ontem na capital. Segundo fontes da Marinha argentina, uma licença foi concedida a Jorge. Mas elas não souberam dizer se o militar retornaria ao Brasil ou continuaria o curso que fazia na força naval argentina, previsto para terminar em janeiro.

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