Argentina vai apoiar Brasil na Alca

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Por Agencia Estado
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Apesar da séria crise econômica e dos conflitos tarifários no Mercosul, não há qualquer indicação de que a Argentina buscará um acordo bilateral com os Estados Unidos ou deixará de apoiar o Brasil nas negociações para a criação da Alca, que começaram efetivamente nesta terça-feira. A afirmação é de Félix Peña, ex-secretário de Comércio Exterior da Argentina e diretor do Instituto de Economia Internacional da Fundação BankBoston. Para ele, a possibilidade de a Argentina buscar um entendimento com os Estados Unidos sempre deve ser cogitada, "mas nada indica essa tendência, ao contrário. O ministro (Domingo) Cavallo (da Economia) está comprometido com o Mercosul", afirmou. Na avaliação de Peña, a atual crise não é a pior já enfrentada pelo Mercosul, mas sim aquela que resultou da desvalorização do real em janeiro de 1999. "Se conseguimos superar todas elas, também sobreviveremos a esta", destacou o ex-secretário durante o seminário internacional "O Continente Americano e o Futuro das Integrações Regionais". Depois de ter participado ativamente das negociações de vários contenciosos entre Brasil e Argentina no segundo mandato do presidente Carlos Menen, Peña diz ter experiência suficiente para afirmar que o aliado estratégico da Argentina é o Brasil, mas destacou que a Argentina também é muito amiga dos Estados Unidos ? o principal conflito de posições entre Brasil e EUA nas negociações para a Alca é a proposta norte-americana de antecipar o cronograma de implementação da área. Félix Peña disse que a alteração "temporária" da Tec proposta pela Argentina é permitida nas regras do Mercosul, mas defendeu a adoção de medidas para "flexibilizar" as regras de comércio do bloco que permitam achar formas de os países não quebrarem o acordo em situações de emergência.

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