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Argentinos admiram até políticos brasileiros

Por Ariel Palacios e BUENOS AIRES
Atualização:

Acadêmicos brasileiros e argentinos ironizam as relações entre os dois países com a seguinte frase: "Os brasileiros amam detestar a Argentina... e os argentinos odeiam ter de amar tanto o Brasil." O Brasil é o país que os argentinos mais visitam e a terra onde adoram passar férias. Os empresários argentinos invejam seus colegas brasileiros, idolatram a Fiesp e reverenciam o BNDES. Mas a rivalidade - evidente no futebol - estende-se à área comercial. Com frequência, algum setor industrial reclama de supostas "invasões" de produtos brasileiros. No entanto, esses setores - calçados, eletrodomésticos e têxteis, entre outros - representam apenas 7% do total do comércio bilateral. Apesar de poucas, essas vozes costumam exigir medidas protecionistas. A aliança com o Brasil, porém, é aprovada pela imensa maioria dos consumidores argentinos. Uma pesquisa da consultoria Poliarquia, do fim do ano passado, indica que 93% dos entrevistados querem que Cristina Kirchner aprofunde a política de aproximação com o Brasil. Os argentinos também admiram a classe política brasileira. Esse fenômeno começou na crise de 2001-2002, quando os políticos argentinos perderam quase todo o prestígio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conta 97% de aprovação entre os argentinos, segundo a Poliarquia. Outra pesquisa, da consultoria Carlos Fara e Associados, indicou em janeiro que, se os argentinos pudessem votar em estrangeiros para a presidência, Lula seria o vencedor nas urnas, com 25% dos votos. O venezuelano Hugo Chávez ficaria em segundo, com 23%.

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