Argentinos protestam contra indústrias

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Por Agencia Estado
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Três argentinos da província de Entre Ríos chegaram neste sábado ao país de caiaque, após ter iniciado há 15 dias uma expedição na nascente do rio Uruguai, no Brasil, em rejeição à instalação de duas fábricas de celulose. Um jornalista, um fotógrafo e um publicitário iniciaram a expedição "A Água manda" no distrito brasileiro de Encruzilhada, onde nasce o rio Uruguai, e chegaram hoje à localidade argentina de El Soberbio, na província de Misiones. Os expedicionários buscam "tomar contato com os habitantes do rio, documentar seu estado atual, e protestar contra as indústrias papeleiras" que a empresa espanhola ENCE e a finlandesa Botnia planejam instalar na cidade uruguaia Fray Bentos, à beira do rio. Ao chegar a Misiones, os expedicionários receberam "o apoio de muita gente" e de organizações ambientalistas e sociais. Andrés Rivas, Hermann Feldkamp e Juan Martín Rivas planejam remar quase 2.000 quilômetros para percorrer todo o rio Uruguai até chegar a Buenos Aires. "A informação que há sobre o rio é pouca e fragmentada. Por isso queremos documentá-lo com equipamentos fotográficos e filmagem. Seria um material elementar para deter o avanço daqueles que pretendem nos despojar de nosso ambiente e destruir o futuro das novas gerações", afirmou Rivas. A implementação das fábricas abriu uma controvérsia diplomática entre os Governos da Argentina e do Uruguai, que pode acabar em um tribunal internacional. Enquanto que para o Uruguai a construção das indústrias representará um investimento de US$ 1,8 bilhão, a maior de sua história, o Governo de Entre Ríos assegura que o projeto acarretará à província perdas de US$ 800 milhões pelo impacto sobre a produção agrícola, avícola e o turismo.

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