27 de outubro de 2013 | 08h28
Sinalização neste sentido foi dada em agosto, quando os partidos realizaram as eleições primárias obrigatórias para a escolha oficial de seus candidatos. A Frente pela Vitória (FPV), sublegenda peronista do Partido Justicialista criada por Cristina e seu marido Néstor Kirchner, morto em outubro de 2010, obteve 26% dos votos nas primárias, enquanto os vários outros partidos opositores, juntos, obtiveram 74%. Os analistas não estimam mudanças substancias na intenção de voto. Porém, somente após o resultado final, poderão esclarecer algumas dúvidas sobre o novo mapa político do governo.
Diferentes pesquisas divulgadas nesta semana apontaram que o governo poderia conseguir, no máximo, 32% dos votos gerais. A oposição pulverizada em diferentes partidos somaria cerca de 74%. Há expectativas de que a presidente consiga manter maioria na Câmara, mas não no Senado. Atualmente, o governo possui 129 dos 257 deputados, o que lhe garante quórum próprio para aprovar matérias de interesse oficial, mas insuficiente para mudar a Constituição e permitir uma nova candidatura de Cristina em 2015.
No Senado, dos 72 senadores, 38 são governistas e o governo corre o risco de perder um senador. "Se o resultado das primárias se confirmar nesta votação, o governo teria uma maioria muito justa", estimou o analista Carlos Fara, da consultoria Fara & Associados. A disputa mais importante será no maior distrito eleitoral do país, a província de Buenos Aires, que concentra 38% dos votos e é o principal reduto do voto peronista. O duelo será entre Martín Insaurralde (FPV), quase 10 pontos abaixo do opositor Sergio Massa (Frente Renovadora, outra sublegenda peronista), que exibe a bandeira de ex-kirchnerista, disposto a mudar o atual "modelo" de governo.
O peso eleitoral e político neste distrito vai definir o novo mapa do poder com vistas às eleições presidenciais de 2015. Os resultados oficiais parciais das eleições serão divulgados às 22 horas de Brasília, uma a menos que em Buenos Aires.
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