Ásia tem dia de manifestações contra as charges de Maomé

Protestos aconteceram no Paquistão, Malásia, Bangladesh e Índia

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Por Agencia Estado
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Centenas de pessoas foram às ruas na Ásia para a maior demonstração contra as caricaturas de Maomé até agora. Muçulmanos protestaram no Paquistão, Malásia, Bangladesh e Índia, com protestos menores na Indonésia e Filipinas. Manifestantes gritaram palavras de ordem contra os Estados Unidos e queimaram bandeiras da Dinamarca, mas não houve relato imediato de violência. Os protestos ofuscaram as tradicionais orações de sexta-feira. Em algumas cidades elas foram realizadas fora de mesquitas, com manifestantes marchando até missões diplomáticas da Dinamarca. Algumas chegaram a ser apedrejadas e alvejadas com ovos. Em Kuala Lumpur, maior cidade de Malásia, cerca de 3 mil manifestantes caminharam de uma mesquita até o prédio onde fica a embaixada dinamarquesa gritando: "Vida longa ao Islã. Destruir a Dinamarca. Destruir George Bush. Destruir a América. No Paquistão, cerca de 5 mil manifestantes de grupos radicais islâmicos organizaram na capital Islamabad o maior protesto desde que as manifestações começaram há cerca de uma semana atrás. O número de pessoas foi semelhante em Bangladesh quando centenas de muçulmanos marcharam até a embaixada da Dinamarca, na capital Dhaka, vigiados por policiais. Enquanto os protestos aconteciam, o primeiro-ministro da Malásia, Abdullah Ahmad Badawi, discursava em uma conferência. Ele mencionou um grande abismo entre o Ocidente e o mundo muçulmano, particularmente pela frustração dos muçulmanos em relação às politicas ocidentais no Iraque, Afeganistão e Palestina. Ele disse que muitos ocidentais vêem um muçulmano como um "terrorista congênito" e pensam que Osama bin Laden fala em nome da religião e seus seguidores. "Não há duvidas de que a demonização do Islã e a calúnia dos muçulmanos está se espalhando entre a maioria da sociedade ocidental atualmente", afirmou. Ele não citou as caricaturas de Maomé. Abdullah, cujo país lidera a Organização da Conferência Islâmica formada por 57 países, também pediu aos muçulmanos que se opusessem às denúncias de cristãos, judeus e do Ocidente, assim como a violência e o terror perpetuados por certos grupos. A Dinamarca aconselhou, no começo da semana, que seus cidadãos deixassem a Indonésia, país com a maior população muçulmana do mundo.

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