Asilo a opositor de Evo eleva tensão entre Lima e La Paz

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Por EFE E AFP
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A decisão do Peru de dar asilo a um ex-ministro boliviano aumentou a tensão entre Lima e La Paz. "O que o presidente (peruano) Alan García está fazendo é muito grave", acusou ontem o presidente boliviano, Evo Morales, após afirmar que o país vizinho corre o risco de tornar-se um "centro de delinquentes". "Ele não está seguindo as normas internacionais sobre asilo e refúgio. É uma falta de respeito com o povo boliviano", completou. As críticas foram qualificadas pelo vice-presidente peruano, Luis Giampietri, como uma "interferência inaceitável" em decisões internas. "Ninguém pode dizer a nenhum país do mundo quem ele deve ou não deve asilar", disse Giampietri. O Peru concedeu asilo a Jorge Torres Obleas e considera os pedidos de outros dois ex-ministros bolivianos. Os três fizeram parte do governo do ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada e iriam ser julgados nesta semana pela responsabilidade em 60 mortes que ocorreram durante protestos reprimidos pela polícia em outubro de 2003. "Quando George Bush era presidente, os delinquentes escapavam para os EUA. Agora fogem para o Peru, porque o presidente peruano protege esses delinquentes", acusou Evo. "O que Alan García está fazendo é uma aberta provocação ao povo boliviano e ao nosso governo." ROSALES Em abril, o governo peruano concedeu asilo político ao líder opositor venezuelano Manuel Rosales alegando "razões humanitárias". A decisão irritou profundamente o governo do presidente Hugo Chávez. Em resposta, Chávez ordenou o "retorno imediato" de seu embaixador em Lima para consultas em Caracas e anunciou "o início de uma fase de avaliação integral" de suas relações com o Peru.

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