31 de março de 2011 | 16h00
Assad disse que momento representa 'teste de unidade' na Síria
O presidente da Síria, Bashar Al-Assad, anunciou nesta quinta-feira a criação de uma comissão para estudar o possível cancelamento das leis de emergência, em vigor no país desde 1963.
O comitê deve apresentar suas conclusões no dia 25 de abril, de acordo com a agência de notícias Sana.
"Seguindo uma diretriz do presidente Bashar Al-Assad, uma comissão de especialistas em leis foi formada para estudar novas regras para a segurança nacional e antiterrorismo, com o objetivo de pavimentar o caminho para acabar com as leis de emergência", disse a agência.
Assad admitiu a necessidade de reformas, mas disse que elas seriam feitas de acordo com o ritmo determinado por seu governo e não sob pressão.
As leis permitem ao governo deter pessoas sem acusações, restringe encontros públicos e aglomerações e movimentos de pessoas, estão em vigor desde 1963 e são, segundo correspondentes, bastante impopulares.
Complô
O anúncio ocorre um dia depois que Assad prometeu derrotar uma conspiração contra o país, no primeiro discurso desde o início dos protestos na Síria, há duas semanas.
Após o discurso, ocorreram protestos e tiroteios na cidade de Latakia (oeste do país), sem relatos de vítimas.
Manifestantes pretendem organizar mais protestos na sexta-feira. Ocorreram também eventos de apoio a Assad na terça-feira, na capital, Damasco.
Segundo analistas, os protestos se tornaram a maior ameaça ao regime de Assad, que substituiu seu pai, Hafez, após sua morte, em 2000.
A crise começou após a prisão de adolescentes que haviam pintado frases antigoverno em um muro na cidade de Deraa, no sul do país, e se espalhou rapidamente para outras províncias.
Ativistas e grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que entre 60 e 130 pessoas morreram nos choques com as Forças de Segurança nas últimas semanas, mas o governo estima o número de mortos em cerca de 30.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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