03 de junho de 2012 | 10h58
Os primeiros comentários de Assad sobre o massacre expressaram horror com a morte de mais de 100 pessoas, quase metade delas crianças. Investigadores da ONU dizem que há fortes suspeitas de que homens leais ao governo foram os autores dos assassinatos, mas o presidente nega. "Se nós não sentimos a dor que aperta nossos corações, como eu sinto, por causa das cenas cruéis, especialmente as crianças, então não somos seres humanos", declarou Assad no primeiro pronunciamento público desde janeiro.
Assad, de 46 anos, nega que exista vontade popular por trás da revolta que começou no ano passado e disse que extremistas e terroristas estrangeiros estão liderando os protestos contra seu governo. As declarações sugerem que Assad não cederá, apesar da condenação internacional à opressão que seu regime impõe aos manifestantes.
A oposição síria classificou os comentários de Assad como mentiras. "É um discurso desesperado e bobo, que não merece uma resposta", afirmou Adib Shishakly, membro do principal grupo oposicionista da Síria, baseado na Arábia Saudita, o Conselho Nacional Sírio. "Ele não ofereceu nada ao povo sírio durante os 70 minutos em que discursou", acrescentou.
Assad afirmou que seus oponentes ignoraram seus movimentos em direção a reformas, incluindo um referendo sobre uma nova Constituição e recentes eleições parlamentares. Ele sugeriu que isso significa que a busca por democracia não é o que guia a revolta. "Nós não seremos lenientes. Vamos perdoar apenas os que renunciarem ao terrorismo", disse o presidente.
No dicurso Assad também afirmou que as portas de Damasco estão abertas para o diálogo com a oposição - um ponto importante do plano de paz da ONU -, mas apenas se as partes envolvidas não tiverem agendas estrangeiras e não estiverem ligadas ao terrorismo. As informações são da Associated Press.
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