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Assad não escapará da justiça, alerta França

Presidente da Síria deverá ser responsabilizado pelas mortes causadas em protestos no país

Atualização:

PARIS - O governo da França disse nesta quinta-feira, 8, que o presidente da Síria, Bashar Assad, não escapará da justiça mesmo rejeitando ter ordenado as forças de segurança de seu país a agir de forma violenta contra os protestos pró-democracia que ocorrem no país desde março.

 

 

"Como todos os responsáveis pela repressão, ele terá de pagar pelos crimes que cometeu por meses na Síria", disse o porta-voz do Ministério de Exteriores francês, Bernard Valero. "Ele não escapará da justiça", continuou.

 

Assad disse em uma entrevista ao canal americano ABC na quarta-feira que não ordenou a violenta repressão contra os manifestantes, argumentando que apenas um "líder maluco" mata seu próprio povo. De acordo com ele, a maioria dos mortos é simpatizante do governo.

 

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 4 mil pessoas já morreram devido à repressão das Forças Armadas. A postura do governo ante as manifestações originou fortes críticas da comunidade internacional e também da Liga Árabe, que ameaçou impor sanções contra o regime de Assad.

 

A França tem sido uma das maiores forças pressionando pela adoção de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU caso Damasco não cesse com a violência. Paris agora pede a criação de corredores humanitários na Síria para levar ajuda à população afetada pela guerra que se instaurou em alguns setores.

 

Valero disse que Paris não deu credibilidade alguma aos comentários "provocativos" de Assad na emissora americana. Washington também rejeitou as declarações do presidente. "O regime de Damasco continua a recusar obstinadamente as demandas da Liga Árabe e da comunidade internacional", disse Valero, acrescentando que, apesar disso, "o povo sírio e o resto do mundo já o julgaram".

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