Assad: Ninguém pode impor relações entre Síria e Líbano

A Síria alega ser desnecessário o estabelecimento de relações formais com o Líbano por considerar que os dois países relacionam-se muito bem sem a necessidade de formalidades

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Por Agencia Estado
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A Síria não é contra o estabelecimento de relações diplomáticas com o Líbano, mas nenhuma potência estrangeira pode impor isso aos dois países, declarou o presidente da Síria, Bashar Assad, em comentários publicados nesta segunda-feira. Numa entrevista concedida ao jornal pan-árabe Al-Hayat, Assad comentou ainda que a rede extremista Al-Qaeda aumentou sua presença no Líbano desde abril de 2005, quando as tropas sírias retiraram-se do país vizinho depois de quase três décadas de presença militar. Assad defendeu também a recente detenção de intelectuais e ativistas dos direitos humanos que assinaram a chamada "Declaração Damasco-Beirute", um documento que pede à Síria que amplie suas relações com o Líbano. A declaração é vista por Damasco como crítica às suas políticas. "Eles foram avisados", disse Assad sobre as pessoas detidas. "A declaração coloca em risco a segurança nacional da Síria e foi elaborada com a colaboração de personalidades libanesas anti-Síria. Eles violaram as leis sírias e é natural que a lei seja aplicada", prosseguiu. A Síria alega ser desnecessário o estabelecimento de relações formais com o Líbano por considerar que os dois países relacionam-se muito bem sem a necessidade de formalidades. Os libaneses, por sua vez, tentam formalizar as relações desde a retirada síria. No início do ano, o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução apoiada por Estados Unidos, França e Grã-Bretanha segundo a qual Síria e Líbano deveriam demarcar suas fronteiras definitivas e estabelecer relações diplomáticas. "Em princípio, não temos nada contra ter uma embaixada no Líbano, mas isso não pode ser imposto por potências estrangeiras", enfatizou Assad ao Al-Hayat.

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