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Assange fala com xiita libanês na TV

Australiano entrevista líder do Hezbollah

Atualização:

O australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks, estreou ontem um talk show transmitido pela TV entrevistando o xeque Hassan Nasrallah, líder do grupo xiita libanês Hezbollah. O militante, que dificilmente fala com a imprensa ocidental, respondeu questões sobre Israel e os palestinos, Líbano, teologia e códigos secretos - afirmando que o movimento radical, tradicionalmente apoiado pelo ditador Bashar Assad, pretende mediar negociações sobre a crise na Síria.Considerada um tapa com luva de pelica na cara de americanos, europeus e israelenses, que consideram o Hezbollah uma organização terrorista, a entrevista foi transmitida pela emissora russa RT - canal estatal criado para promover a imagem da Rússia no exterior. Assange afirmou que escolheu a RT para a transmissão do The World Tomorrow (O Mundo Amanhã) em razão de sua popularidade nos EUA ser maior do que a da Al-Jazira. A primeira pergunta de Assange foi sobre a questão palestina. O xeque respondeu que é favor da paz e de um único Estado na região, em que todos os habitantes tivessem direitos iguais. Ao retomar o assunto, ambos fizeram piada sobre mensagens encriptadas e o libanês afirmando que o Hezbollah usa gírias de camponeses para confundir os israelenses.O australiano citou um documento revelado pelo WikiLeaks - emitido pela Embaixada dos EUA em Beirute - que menciona a indignação de Nasrallah com a "corrupção" no Hezbollah. Assange quis saber se a incorporação da política eleitoral ao grupo, atualmente com 11 assentos no Parlamento, teria relação com a suposta crítica. Nasrallah negou ter feito a afirmação e qualificou as suspeitas de "rumores"."Assad serviu à causa palestina e à resistência libanesa", disse o libanês, afirmando que falou com Damasco no começo do levante e tinha esperança de que o ditador fizesse reformas. O libanês disse que conversou com os dissidentes sírios "para facilitar um diálogo". "Há uma oposição que não está disposta a dialogar. Ficaremos mais que felizes em mediar (a conversa), mas pedimos uma solução política." / AP e EFE

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