Assembléia da ONU aprova monitoração em Israel

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Por Agencia Estado
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Cinco dias depois de os Estados Unidos vetarem uma resolução no Conselho de Segurança (CS) que previa um mecanismo de monitoração das ações israelenses, partidários dos palestinos levaram o caso para a mais ampla Assembléia Geral, onde conseguiram uma maciça aprovação. A resolução aprovada na assembléia na noite de quinta-feira não tem força de implementação, como teria caso tivesse sido aceita pelo Conselho de Segurança, mas carrega o peso da opinião internacional. A resolução, vetada pelos EUA no sábado, foi aprovada na assembléia de 189 nações por 124 votos a favor e 6 contra, com 25 abstenções. A medida condena "atos de terror" contra israelenses e palestinos, exige o fim de quase 15 meses de violência no Oriente Médio e pede por um "mecanismo de monitoração" que leve observadores internacionais para a região - algo que Israel não aceita. A assembléia também aprovou uma segunda resolução, exigindo que Israel, como "poder de ocupação", contenha imediatamente atos como "assassinato deliberado", tortura e ampla destruição de propriedades. A votação foi 133 a favor e 4 contra, com 16 abstenções. Num ataque velado aos Estados Unidos, o observador palestino na ONU, Nasser Al-Kidwa, disse que o Conselho de Segurança, de 15 integrantes, "está sendo usado por alguns apenas quanto interessa a eles". Os Estados Unidos votaram contra as duas resoluções na quinta-feira. "Essas resoluções unilaterais não fazem nada para avançar o objetivo" de por fim à violência entre palestinos e israelenses e levar as duas partes de volta à mesa de negociações, afirmou o embaixador dos EUA, John Negroponte. "Terrorismo não pode ser justificado por nenhuma causa", disse Negroponte, que reclamou que as resoluções não faziam referência a ataques contra Israel. O vice-embaixador israelense na ONU, Aaron Jacob, afirmou que as resoluções "evocam linguagem enganosa e equivalem a um esforço para dar cobertura diplomática e manipular as Nações Unidas colocando um carimbo de aprovação no fracasso crônico para o fim da campanha terrorista palestina". O pedido para a convocação de emergência da Assembléia Geral foi feito pelo Egito em nome da Liga Árabe e da África do Sul, que lidera o Movimento Não-Alinhado, composto majoritariamente por países em desenvolvimento. O embaixador do Egito na ONU, Ahmed Aboul Gheit, disse que os partidários da resolução acreditam que "um endosso da Assembléia Geral irá ajudar os palestinos e mostrar que a legalidade internacional e a opinião mundial estão apoiando as justas necessidades do povo palestino sob ocupação".

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