Assembléia Geral da ONU condena negação do Holocausto

Decisão foi tomada semanas depois de o Irã ter patrocinado uma conferência que questionava o extermínio de seis milhões de judeus durante a 2ª Guerra Mundial

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Assembléia Geral da ONU adotou nesta sexta-feira uma resolução condenando as declarações que negarem a ocorrência do Holocausto. A decisão foi tomada semanas depois de o Irã ter patrocinado uma conferência que questionava o extermínio de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A resolução, apresentada em conjunto por 103 países, foi aprovada por consenso, sem a necessidade de votação. Mas o Irã afastou-se da medida, chamando-a de um exercício político dos Estados Unidos. O texto curto "condena sem nenhuma reserva qualquer negação do Holocausto" e "pede que todos os Estados-membros rejeitem sem reservas qualquer negação do Holocausto como fato histórico". A medida teve quase tantos co-autores quanto a resolução de 2005 que determinou que o dia 27 de janeiro seria o Dia Internacional de Lembrança das Vítimas do Holocausto. A resolução não menciona o Irã, mas não há dúvidas de que a medida visa aos iranianos, que em dezembro realizaram uma conferência, convocada pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad, para questionar o extermínio em massa dos judeus pelos nazistas. Ahmadinejad chegou ao poder em agosto de 2005 e provocou indignação internacional por chamar o Holocausto de "mito" e Israel de um "tumor" no Oriente Médio. "Em nossa visão não existe justificativa para nenhum tipo de genocídio, nem pode haver justificativa para que alguns tentem - especialmente o regime israelense - explorar crimes do passado como pretexto para cometer novos genocídios e crimes", disse à assembléia o diplomata iraniano Hossein Gharibi. Em resposta, o embaixador de Israel na ONU, Dan Gillerman, disse: "Enquanto as nações do mundo se reúnem aqui para reafirmar a historicidade do Holocausto, com a intenção de nunca mais permitir o genocídio, um membro desta assembléia está adquirindo recursos para executar seu próprio genocídio". Ele continuou: "O presidente do Irã está na verdade dizendo: ´Não houve mesmo um Holocausto, mas, em todo caso, terminaremos o serviço"´. Um número de até 1,5 milhão de prisioneiros, a maioria judeus, morreu só no campo de concentração de Auschwitz. Um total de 6 milhões de judeus, e milhões de integrantes de outros grupos como poloneses, homossexuais, russos e ciganos foram assassinados pelos nazistas e por seus aliados durante a guerra.

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