Assessor de Bush irá depor sobre demissão de procuradores

Entretanto, a Casa Branca só permitirá pronunciamentos que não forem feitos sob juramento. Suspeita-se que demissões tiveram motivações políticas

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Casa Branca sugeriu na terça-feira permitir que Karl Rove, principal assessor político do presidente norte-americano, George W. Bush, e outras autoridades dêem a investigadores do Congresso testemunhos informais sobre a demissão de procuradores federais dos EUA. Em uma carta enviada a alguns membros importantes do Congresso, Fred Fielding, conselheiro da Casa Branca, deixou claro que não estava aceitando o pedido dos legisladores para que os suspeitos oferecessem testemunhos sob juramento. "Tais entrevistas seriam reservadas e seriam realizadas sem a necessidade de um juramento, de transcrição e de subseqüente testemunho ou da subseqüente emissão de intimações", escreveu Fielding. Congressistas do Partido Democrata consideraram a oferta insatisfatória, argumentando que desejam ver as testemunhas falarem sob juramento. Mas observaram que a sugestão seria estudada antes de uma resposta formal ser elaborada. A crise em torno da demissão de oito procuradores federais dos EUA detonou uma investigação realizada pelos democratas para saber se a ação foi determinada por motivos políticos e levantou dúvidas sobre se o secretário de Justiça do país, Alberto Gonzales, está apto a continuar no cargo. A manobra da Casa Branca foi anunciada depois que Senado americano aprovou com grande margem uma medida que impede que a administração Bush escolha unilateralmente os procuradores federais americanos. Mas, embora esteja no meio de pedidos de democratas e republicanos para que renuncie, Gonzales renovou seu capital político neste terça-feira depois que o presidente Bush o telefonou para oferecer apoio. O secretário tem sido criticado pela maneira como a Justiça conduziu o escândalo, dado que inicialmente um membro do Departamento disse ao Congresso que não houve ingerência da Casa Branca nas demissões. Apagando o fogo Lutando para conter o estrago, Fielding compareceu ao Congresso, na terça-feira, a fim de negociar um acordo com os chefes das comissões judiciais do Senado e da Câmara dos Representantes (deputados). Além de Rove, Fielding sugeriu que Harriet Miers, assessora jurídica da Casa Branca, preste depoimentos informais. Miers foi inicialmente acusada de ter sugerido a idéia da demissão de todos os 93 procuradores federais depois da campanha presidencial de 2004. Fielding também afirmou que podem ser entrevistados pelos congressistas William Kelley, vice-conselheiro da Casa Branca, e Scott Jennings, conselheiro político. "Acreditamos que tais entrevistas seriam um último recurso e deveriam ser realizadas, se necessárias, apenas depois de o Congresso ter ouvido autoridades do Departamento de Justiça sobre a decisão tomada a respeito do pedido de demissão dos procuradores federais", escreveu Fielding. Texto ampliado às 20h18

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