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Assessor de Obama discute com colunista

Por WASHINGTON
Atualização:

A Casa Branca envolveu-se em uma polêmica com o conhecido jornalista americano, Bob Woodward. O motivo foi uma troca de e-mails entre o repórter e o principal assessor econômico do presidente Barack Obama, Gene Sperling, no qual o colunista do jornal Washington Post foi advertido de que "se arrependeria" de uma interpretação sua sobre o impasse sobre o teto da dívida pública entre a presidência e o Congresso. Em um artigo para o jornal, Woodward afirmou que a equipe de Obama teria decidido compensar o corte automático, caso o Congresso não chegue a um acordo sobre o abismo fiscal, com a criação de novos impostos. Segundo o site Politico, Woodward discutiu com Sperling por cerca de meia hora pelo telefone. Após o bate-boca, os dois trocaram e-mails de desculpas e o assessor de Obama escreveu: " Eu realmente acredito que você deveria repensar seu comentário ao dizer que pedir por mais receita é 'aumentar o tamanho do gol'. Você pode não acreditar nisso, mas, como amigo, acredito que você vai se arrepender de dizer isso." Woodward respondeu: "Eu vou me arrepender? Deixa disso."Os e-mails foram vazados para o site Politico, que publicou que Woodward teria se sentido intimidado pelo assessor do presidente. Publicamente, o veterano jornalista disse que a linguagem de Sperling foi inadequada, mas evitou caracterizá-la como pressão. "O Politico que usou a palavra ameaça. Acredito que a linguagem foi infeliz e penso que não se deve agir assim", disse o repórter, segundo o Washington Post. À CNN, ele acrescentou: "A Casa Branca detém o poder. Se alguém diz que você vai se arrepender de algo, eles têm o poder para fazer o que quiserem? É uma questão de como se dizer?", questionou. "Tenho lidado com a Casa Branca desde o governo Nixon. Já me chamaram de tudo que é nome, mas não acho que é a melhor maneira de se lidar com isso."Por meio de comunicado, a Casa Branca afirmou que o e-mail nada mais era do que um pedido de desculpas em razão da discussão entre os dois e o alerta sobre o arrependimento foi feito apenas porque a interpretação de Woodward, na visão do assessor, era incorreta. Com toda a atenção que o caso ganhou, Woodward recebeu apoio de facções conservadoras do Partido Republicano - que massacraram o repórter durante boa parte de sua carreira pelo furo do escândalo Watergate, motivo da renúncia de Nixon, em 1974. Os democratas, por outro lado, passaram a criticá-lo. O prazo para um acordo no Congresso sobre o aumento do teto da dívida pública americana acabaria ontem. Caso um acordo não fosse alcançado, cortes automáticos no Orçamento entrariam em vigor. No início da noite, Obama, pediu a parlamentares de ambos os partidos que assinassem um acordo para evitar o temido "abismo fiscal", que acarretaria medidas prejudiciais para a economia (mais informações no Caderno Economia). / WP

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