A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) inaugurou nesta segunda-feira, 20, sua reunião anual de ministros de Assuntos Exteriores, cujos objetivos principais são a formação de uma comissão regional de direitos humanos e a cooperação contra o terrorismo.
Durante a reunião, que acontece em um complexo hoteleiro do norte da ilha de Phuket, cercada por um forte esquema de segurança, os dez ministros presentes devem aprovar a criação de uma comissão intergovernamental de direitos humanos, que será ratificada em outubro pelos líderes da entidade
"A Asean precisa demonstrar à comunidade internacional que está preparada para enfrentar qualquer desafio", disse o primeiro-ministro da Tailândia, Abhisit Vejjajiva, no discurso de abertura do evento. Ele é o atual presidente do organismo, frequentemente qualificado de irrelevante pelos críticos.
O acordo alcançado pelos países do grupo regional indica que a função da comissão não será investigar os abusos nem perseguir seus responsáveis, mas promover o respeito aos direitos humanos com um "enfoque construtivo", explicou o ministro tailandês, Kasit Piromya, em entrevista coletiva.
"É o começo de um processo, que daqui a cinco anos ganhará consistência", afirmou o anfitrião do encontro.
Durante suas reuniões, que terminam na terça-feira, os dez ministros da Asean também abordarão a ameaça do terrorismo islâmico, que ganhou força após os atentados de sexta-feira passada em Jacarta contra dois hotéis de luxo - nove pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas.
Os ministros também discutirão outros desafios, como a crise econômica que afetou as exportações da região e a epidemia de gripe suína, em uma região caracterizada pelos poucos recursos destinados à prevenção e à saúde.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que deve chegar a Bangcoc nesta terça-feira, se somará no dia seguinte a seus colegas da Ásia em Phuket para abordar, entre outros assuntos, a situação em Mianmar e o programa nuclear na Coreia do Norte.
Hillary também assinará o Tratado de Amizade e Cooperação do Sudeste Asiático, um compromisso que faz parte da nova estratégia de aproximação dos Estados Unidos com a região, na qual é cada vez maior a influência da China.