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Associações dos EUA propõem nova política de vistos

Proposta prevê o fim da obrigatoriedade da entrevista pessoal

Por Agencia Estado
Atualização:

Várias associações educativas e econômicas dos Estados Unidos pediram na quinta-feira, 22, ao Congresso que mude a política americana de concessão de vistos, por considerarem que a atual pode fazer o país perder a liderança no setor tecnológico. "Os EUA se tornaram um líder mundial em grande parte porque contava com as pessoas mais inteligentes e trabalhadoras de todo o mundo", disse Bill Reinsch, presidente do Conselho Nacional de Comércio Exterior (NFTC). Ele participou de uma reunião com outras associações, preocupadas com a política atual de vistos. As estritas normas e procedimentos para conseguir um visto desencorajam quem pretende viajar para os EUA, seja a trabalho, estudo ou lazer. "Estamos dizendo a toda uma geração de estrangeiros que não são bem-vindos aqui nem como homens de negócios, nem como empregados, nem como estudantes nem como turistas. E logo agora, quando a competitividade é cada vez mais intensa em nível global", acrescentou Reinsch. A proposta dos grupos consiste em uma série de medidas para atenuar o problema, que já tinha sido divulgada em janeiro. Eles pedem que o Congresso revise a lei de 2004 para proporcionar aos consulados dos EUA a possibilidade de isentar os visitantes da necessidade de comparecer a uma entrevista pessoal, que atualmente é obrigatória. Outras sugestões são o fortalecimento e a expansão do programa para a isenção de vistos a turistas e a criação de um programa para "viajantes de confiança" que libere os visitantes assíduos de se submeterem aos procedimentos antes de cada viagem. Dificuldades A Associação Internacional de Educadores, a Fundação Heritage, a Comissão para o Emprego através de Exportações e a Aliança para o Intercâmbio Educativo e Cultural se uniram ao NFTC para denunciar a necessidade de uma reforma da política de vistos. O estrangeiro que precisa de um visto normalmente deve percorrer longas distâncias para chegar à cidade onde fica a embaixada americana em seu país. Depois, passa por uma série de trâmites e esperas que podem levar mais de um mês. Além disso, depois de receber o visto, muitos visitantes não conseguem passar pela alfândega do aeroporto, onde descobrem que foram colocados "por engano" numa "lista negra". São considerados ameaça aos EUA por seu nome ou simplesmente por sua aparência, explicou Reinsch. Os grupos admitiram as necessidades de reforçar a segurança nas fronteiras. Mas alertaram que, se não mudarem a política que permite a obtenção dos vistos, os EUA poderão perder sua liderança tecnológica e científica.

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