Astronautas teriam sabido do desastre 90 segundos antes

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Por Agencia Estado
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A tripulação do ônibus espacial Columbia pode ter sabido que a nave se desintegraria até um minuto e meio antes do desastre, informa a BBC Brasil. A informação teria sido dado por oficiais da Nasa a parentes das vítimas, como o astronauta israelense Ilan Ramon. "É muito difícil, é como se eu estivesse com eles, fico imaginando o que eles passaram. Um segundo seria como 20 anos", declarou Eliezer Wolferman, pai do astronauta israelense. O irmão de Ilan Ramon, Gadi, contou que foi informado pela agência espacial americana de que o irmão e os demais astronautas provavelmente morreram logo que a nave começou a se desintegrar. "É quase certo de nunca sabermos o quanto eles sofreram", disse Gadi a um jornal israelense. Os restos mortais de Ramon foram identificados nesta quarta-feira ? por meio de análise de DNA e amostras dentárias ? e estão seguindo em breve para Israel, onde o astronauta será enterrado. Investigações Uma reportagem publicada pelo jornal The New York Times nesta quarta diz que a agência espacial americana foi alertada há pelo menos 13 anos do risco representado pela relativa fragilidade da cobertura isolante térmica de cerâmica na parte inferior da nave. O choque de um pedaço de espuma isolante do tanque externo de combustível contra essa cobertura é tratado como a provável causa do desastre. A Nasa continua expandindo as suas investigações e prometeu nesta quarta-feira reavaliar imagens obtidas por um helicóptero militar americano que sobrevoava o estado do Texas no momento do acidente. Essas imagens, segundo a Nasa, podem corresponder à entrada da espaçonave na atmosfera da Terra. Os oficiais da Nasa também querem examinar vídeos caseiros do Columbia feitos no Estado da Califórnia, que poderiam conter imagens de sua destruição. Isolantes térmicos Paul Fischbeck, professor de engenharia da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, disse que ele foi alertado sobre problemas nos isolantes térmicos de espaçonaves da Nasa através de um estudo da própria agência, em 1994. Segundo ele, as partes mais vulneráveis ficariam nos dois lados da parte inferior da nave, próximos à fuselagem e exatamente embaixo do compartimento onde se encontrava a tripulação. "Há isolantes extremamente importantes nessa região. Se um deles se desprende, toda a estrutura da nave pode ficar comprometida", explicou Fischbeck. O gerente do programa de espaçonaves da Nasa, Ron Dittemore, confirmou que os cientistas continuam concentrando as investigações nos isolantes térmicos. Mas ainda não se sabe ao certo se eles foram a causa do desastre. Dezenas de empregados da Nasa afirmaram que, na maior parte das missões, as naves voltam com essas peças danificadas por conta do contato com materiais espaciais. Veja o site da BBC Brasil VEJA O ESPECIAL

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