Astrônomo explica a queda da Mir

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Por Agencia Estado
Atualização:

Daqui a pouco, às 23h (horário de Brasília), os motores da nave espacial Progress, que está acoplada com a Mir, receberão um segundo comando, o que reduzirá ainda mais a velocidade da Mir, fazendo com que ela entre na atmosfera terrestre e caia no mar. O primeiro comando foi dado às 21h31m desta quinta-feira (horário de Brasília). Segundo o astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, a operação de ativação dos propulsores, que impulsionarão a Mir rumo à Terra, deverá durar 45 minutos no total. ?O segundo propulsor será ativado, às 23h22min (durante 1314 segundos) quando a Mir estiver a 214km de altura. A manobra final (duração de 1201 segundos), prevista para 02h28min da sexta-feira, deverá ocorrer a 210km de altura, provocando a reentrada cerca de 45 minutos mais tarde, sendo o impacto no oceano previsto para 03h21min, num ponto situado próximo a 47ºS de latitude e 141ºW de longitude. O erro previsto é de cerca de 3.000km.? A expectativa, de acordo com Mourão, é que o centro de impacto dos restos da Mir ocorra a 3.200km ao sul de Taiti e 3.800km a leste de Nova Zelândia, numa área livre de ilhas e de habitações humanas, assim como numa faixa onde não existe linhas de navios e tráfego de aviões. ?A Mir será em grande parte destruída na atmosfera, quando cerca de 1.500 fragmentos deverão cair no Oceano Pacífico Sul, entre a Nova Zelândia e o Chile, numa zona de cerca de 200km de largura e 6.000km de comprimento. Ao completar seu mergulho de 45 minutos, caindo no Oceano Pacífico, a estação de 130 toneladas vai se fragmentar em pedaços que serão transformados em uma bela chuva de estrelas cadentes. Alguns, com mais de 500kg, deverão sobreviver ao atrito com as moléculas de atmosfera, antes de mergulhar no oceano?, diz o astrônomo. ?Tendo em vista ser este o maior engenho construído pelo homem a ser trazido do espaço, 140 toneldas, os especialistas russos e norte-americanos montaram uma base especial de observação, na ilha de Fiji, para estudar a reentrada da Mir, na atmosfera, assim como os efeitos do seu impacto. ? Mourão lamenta a destruição da estação orbital: ?Este será o triste e lamentável fim da estação Mir que custou cerca de 4 bilhões de dólares. A nova Estação Espacial Internacional, quando estiver concluída em 2006, deverá custar dez vezes mais, ou seja, cerca de 40 bilhões de dólares?.

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