ADEN - Ataques aéreos da coalizão liderada pela Arábia Saudita mataram ao menos 29 crianças com menos de 15 anos nesta quinta-feira, 9, quando o ônibus em que estavam foi atingido na Província de Saada, no Iêmen, informou uma autoridade do setor da saúde iemenita e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
A aliança, apoiada pelo Ocidente, luta contra o grupo houthi, aliado do Irã, e disse que os ataques tinham como alvo lançadores de mísseis utilizados no ataque à cidade saudita de Jizan na quarta-feira 8, que matou um civil iemenita. O grupo acusou os houthis de usar crianças como escudos humanos e afirmou que os ataques foram realizados respeitando a lei humanitária internacional.
O porta-voz houthi Mohamed Abdul-Salam disse que a coalizão demonstrou "claro desrespeito pela vida de civis", já que a agressão teve como alvo um local público lotado. Segundo o CICV, um dos ataques atingiu um ônibus que carregava crianças pelo mercado de Dahyan, no norte de Saada.
"Nossas lojas estavam abertas e os compradores estavam andando como de costume. Todos os que morreram eram moradores, crianças e donos de lojas", disse Moussa Abdullah, que estava em um hospital, recebendo tratamento para seus ferimentos.
Segundo a CICV informou pelo Twitter, sua equipe médica no local recebeu os corpos de 29 crianças, todas com menos de 15 anos de idade. O hospital também recebeu 48 feridos. Esses foram os números em apenas uma unidade de saúde.
Abdul-Ghani Sareeh, do departamento de saúde de Saada, disse que 43 pessoas morreram e ao menos 63 ficaram feridas. Sacos plásticos brancos ocuparam o chão de uma sala do hospital, cobrindo corpos.
Crianças feridas, ensanguentadas, enfaixadas e chorando estavam deitadas em macas, enquanto recebiam tratamento dos médicos. Algumas eram carregadas nos braços por amigos e parentes. "Dezenas de mortos, muitos mais feridos, a maioria com menos de dez anos", disse o chefe da delegação do CICV no Iêmen, Johannes Bruwer, sobre o ataque.
Ainda não está claro o número total de crianças mortas ou de quantos ataques aéreos foram realizados na área. / REUTERS