PUBLICIDADE

Ataque a Qana causa indignação internacional

Entre os feridos ao ataque a cidade libanesa, crianças e mulheres; Hezbollah promete vingança

Por Agencia Estado
Atualização:

A comunidade internacional condenou neste domingo os ataques de Israel a cidade de Qana, onde, segundo a Cruz Vermelha, foram feitas 56 vítimas fatais, incluindo pelo menos 34 crianças e 16 mulheres. O rei Abdullah, da Jordânia, tradicional aliado dos Estados Unidos e um dos poucos países árabes que mantém relações com Israel, disse que o ataque foi um "crime horrível" e uma gritante violação da lei internacional. O presidente da França, Jacques Chirac, disse que se tratava de uma "ação injustificável" e que mostrava mais uma vez como um cessar-fogo era necessário. A secretária de relações exteriores da Grã-Bretanha, Margaret Beckett, disse que a morte dos civis era "pavorosa" e reafirmou que o governo britânico defendia uma resposta proporcional de Israel ao Hezbollah. O governo da Espanha também condenou o ataque de Israel a cidade de Qana. "O governo espanhol pede um cessar-fogo imediato que finalizaria a violência e nos pouparia de ter de lamentar tragédias como esta no futuro", diz a declaração dos espanhóis. O representante das Relações Exteriores da União Européia, Javier Solana, disse neste domingo que "nada pode justificar" a morte de civis inocentes. Solana afirmou que conversou com o primeiro ministro libanês, Fuad Saniora, depois do ataque aéreo em Qana, se solidarizando ao povo libanês. O ministro de Assuntos Exteriores do Egito, Ahmed Abul Gheit, chamou o embaixador de Israel no Cairo, Shalom Cohen, para expressar seu "forte mal-estar" e sua "condenação ao ataque israelense contra civis" em Qana, no sul do Líbano. Abul Gheit "responsabilizou totalmente Israel pelo ocorrido em Qana". O premiê israelense, Ehud Olmert, afirmou que os habitantes do edifício foram avisados do ataque e que o lugar foi alvejado porque o Hezbollah usava as imediações para disparar foguetes contra o norte de Israel, mas o premiê também declarou seu "profundo pesar" pelo incidente e o seu ministro da Defesa, Amir Peretz, disse que uma investigação sobre o caso já está sendo conduzida. Contudo, o correspondente da BBC em Qana, Fergal Keane, afirma que os civis libaneses não têm saída, porque são avisados para deixar a área, mas são atingidos quando estão nas estradas, tornando a escolha difícil. O Hezbollah, milícia libanesa em confronto com Israel, disse que o ataque a Qana foi um ?massacre horrível? e prometeu retaliações. Já a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, se disse ?profundamente entristecida? com o bombardeio e ofereceu as condolências do presidente americano, George W. Bush, e do povo americano, adicionando que as operações militares israelenses estavam causando ?preocupação?. Segundo o ministro libanês da Saúde, Mohammed Jalifeh, 57 pessoas morreram e duas ficaram feridas no ataque a um edifício na cidade de Qana. Os primeiros relatos dão conta de que famílias de desabrigados estavam no prédio de três andares que foi destruído e de que dezenas de pessoas podem estar presas nos escombros. Segundo a Cruz Vermelha, mais de 500 morreram no Líbano desde o começo da ofensiva israelense, no dia 12 de julho. O governo libanês diz que o número de mortos fica em 750. ONU quer investigação Um representante do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, também condenou neste domingo o ataque aéreo na cidade de Qana e pediu uma investigação. O primeiro comentário do ataque veio logo que milhares de manifestantes furiosos invadiram a sede da organização no centro de Beirute. O protesto só foi interrompido após a intervenção de líderes e políticos. Uma declaração do representante de Annan no Líbano, Geir Pedersen, diz que o diplomata está "profundamente chocado e entristecido" com a morte de civis, incluindo crianças. Ainda na declaração, Pedersen pede "uma investigação imediata do incidente" e para que as partes trabalhem para um cessar-fogo. "Civis pagaram um pesado peso por essa guerra", completa. Matéria atualizada às 18h10

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.