Ataque aéreo de coalizão árabe contra rebeldes houthis deixa 16 mortos no Iêmen

Testemunhas afirmam que 12 vítimas eram da mesma família; porta-voz do grupo - liderado por Riad - afirmou que haverá uma investigação sobre caso e considerou inapropriado fazer comentários antes de conhecer os resultados

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ÁDEN, IÊMEN - Ao menos 16 pessoas, incluindo sete crianças, morreram nesta segunda-feira, 2, em um ataque atribuído à coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita contra um prédio ocupado por rebeldes houthis no oeste do Iêmen.

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A coalizão liderada por Riad está em guerra com os rebeldes houthis por mais de três anos, um conflito que já matou cerca de 10 mil pessoas e devastou os países mais pobres da região Foto: REUTERS/Abduljabbar Zeyad

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O ataque aconteceu perto do porto de Hodeida, segundo fontes dos serviços de segurança, que está sob controle dos houthis. O vice-ministro da Saúde disse que entre as vítimas há pelo menos oito mulheres. Segundo médicos e uma testemunha, 12 pessoas eram da mesma família.

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O porta-voz da coalizão, o coronel saudita Turki Al-Maliki, indicou que haverá uma investigação sobre o primeiro ataque e considerou inapropriado fazer comentários antes de conhecer os resultados.

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A coalizão liderada por Riad está em guerra com os rebeldes houthis - aliados do Irã - por mais de três anos, um conflito que já matou cerca de 10 mil pessoas e devastou os países mais pobres da região. Os ataques aéreos sauditas tiraram a vida de milhares de civis e destruíram hospitais, escolas e mercados.

Um grupo de direitos humanos pediu que a Arábia Saudita retire seu bloqueio ao Iêmen e que os houthis parem de disparar mísseis em direção à fronteira. “Os sauditas não podem usar os mísseis houthis para justificar a proibição de bens que salvam vidas à população civil do Iêmen”, afirmou Sarah Leah Whitson, diretor da Human Rights Watch para o Oriente Médio.

A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos intervieram na guerra civil do Iêmen em 2015 enfrentando os houthis para restabelecer o governo internacionalmente reconhecido do presidente Abd Rabbo Mansour Hadi. A aliança, que inclui outros países sunitas, já realizou milhares de operações aéreas visando os rebeldes e muitas vezes atingiu áreas civis, mas nega tê-lo feito intencionalmente. / AFP, AP e REUTERS

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