
10 de agosto de 2011 | 08h26
PESHAWAR - Um avião teleguiado dos EUA bombardeou e matou pelo menos 21 supostos militantes na quarta-feira na região do Waziristão do Norte, no noroeste paquistanês, poucos dias depois de o Paquistão cobrar "regras de abordagem claras" nas relações entre os países.
O alvo do ataque foi uma casa 3 quilômetros a leste da cidade de Miransah, onde supostamente havia membros da rede Haqqani, responsável pela piora da insurgência no leste do Afeganistão, além de militantes estrangeiros.
"Os mortos incluem Taleban locais e também alguns cidadãos árabes e uzbeques", disse uma fonte de inteligência no Waziristão do Norte, pedindo anonimato.
Foi o maior bombardeio norte-americano desde 12 de julho, quando aviões teleguiados dos EUA mataram 48 supostos militantes na mesma região.
Os ataques teleguiados têm causado muitos atritos entre EUA e Paquistão, cujas relações foram abaladas em maio com a ação militar norte-americana que resultou na morte de Osama bin Laden em território paquistanês.
Na semana passada, o presidente Asif Ali Zardari disse que é preciso haver "regras de abordagem clara" entre os dois países na luta contra membros da Al-Qaeda e do Taleban que operem no Paquistão.
Ele não disse quais termos seriam esses, mas provavelmente eles envolvem mais consultas prévias aos bombardeios, e também maior supervisão sobre as atividades da CIA no Paquistão, segundo especialistas em assuntos militares.
Antigamente, considerava-se que o Paquistão dava aval tácito aos bombardeios dos EUA contra militantes no seu território, mas aparentemente a operação para matar Bin Laden passou dos limites, levando o chefe do Exército local, general Ashfaq Kayani, a defender o fim dos bombardeios teleguiados.
Mas Washington não parece ter essa intenção, já que vê os aviões robôs como uma ferramenta eficaz para conter os militantes que cruzam a fronteira para atacar forças estrangeiras no Afeganistão.
Não ficou imediatamente claro se havia algum militante relevante entre as vítimas do ataque de quarta-feira. Os militantes costumam contestar os relatos relativos aos bombardeios.
Relatos iniciais indicaram que cinco militantes haviam morrido, mas autoridades elevaram o número a 21 depois de encontrar mais cadáveres nos escombros da casa.
Agora, já são mais de 160 militantes mortos em bombardeios desse tipo desde o começo de junho, segundo contagem da Reuters com base em declarações de autoridades locais de inteligência.
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