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Ataque americano tem versões contraditórias

Por Agencia Estado
Atualização:

Aviões artilhados AC-130 e caças de combate da Marinha norte-americana atacaram e destruíram um comboio de veículos no Afeganistão. De acordo com o Pentágono, tratava-se de um grupo de líderes do Taleban ou da organização terrorista Al-Qaeda, comandada pelo milionário saudita Osama bin Laden. Mas a agência de notícias Afghan Islamic Press (AIP), com sede no Paquistão, informou que a aviação norte-americana atacou, na verdade, uma caravana de conselheiros anciãos e líderes tribais que viajavam para Cabul com o objetivo de assistir à posse neste sábado do novo governo. Segundo a AIP, o ataque causou a morte de 65 pessoas. A caravana foi atacada quando estava próxima da aldeia de Khost, a sudoeste da cadeia de montanhas onde se localiza o complexo de túneis e cavernas de Tora Bora e era composta de 14 veículos, que ficaram completamente destruídos. Ela tinha partido da cidade de Gardez e percorrido 25 quilômetros quando foi bombardeada. "Entre as vítimas havia anciãos, chefes de tribos e comandantes mujahedins", informou à AIP Saied Yaqin, um membro da shura (conselho de notáveis) da Província de Paktia. De acordo com Yaqin, um dos mortos no ataque é o senhor da guerra Mohamed Ibrahim, irmão de Maulvi Jalaluddin Haqqani, outro conhecido senhor da guerra. Na sede do Pentágono, o secretário de Defesa, Donald H. Rumsfeld, havia informado sobre a ofensiva dos aviões contra um comboio de dirigentes pró-Taleban na região, acrescentando que dados "seguros" de inteligência indicaram que a caravana era integrada por grupos inimigos. "Era um comboio grande. Muitos de seus integrantes foram mortos e quase todos os veículos destruídos ou danificados", limitou-se a dizer Rumsfeld. A porta-voz do departamento, Victoria Clarke, recusou-se a comentar as informações da AIP. "Estamos dizendo tudo o que sabemos. Desfechamos nas últimas 24 horas um ataque contra um comboio no qual a inteligência indicava que havia líderes do Taleban e da Al-Qaeda", declarou a porta-voz. O subcomandante do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA, Peter Pace, afirmou que poderia dar detalhes sobre a origem das informações de inteligência. "Os dados que recolhemos assinalavam que se tratava de fato de um comboio de líderes (inimigos) e atacamos", disse. O porta-voz da coalizão antiterror, Kenton Keith, informou, nesta sexta-feira, que os combatentes anti-Taleban afegãos mantêm sob custódia cerca de 7.000 suspeitos de envolvimento com o movimento Taleban ou a Al-Qaeda. Foi a primeira vez que a coalizão divulgou uma cifra sobre os prisioneiros. Entre os detidos, menos de dez estão em poder dos norte-americanos. Leia o especial

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