
25 de março de 2009 | 14h48
Funcionários norte-americanos afirmam que os ataques, que teriam sido realizados por aeronaves não tripuladas da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês), continuarão. As ações militares na região fronteiriça do noroeste paquistanês aumentaram no ano passado, apesar dos protestos do governo local.
O ataque de hoje atingiu dois veículos perto de Makeen, cidade na região do Waziristão do Sul, segundo dois funcionários do setor de inteligência paquistaneses. Citando informantes e trocas de mensagens dos militantes, eles disseram que quatro das vítimas são estrangeiros que seguiam em uma picape perto de uma pequena ponte. Os outros quatro mortos eram militantes locais. Além disso três rebeldes ficaram feridos, de acordo com eles.
Makeen é a base de Baitullah Mehsud, principal líder do Taleban no Paquistão. Não havia qualquer indício de que ele ou alguma outra liderança do grupo estejam entre os alvos. Funcionários dos EUA argumentam que os ataques mataram vários líderes militantes e deixam a Al-Qaeda na defensiva, em uma área onde acredita-se que podem estar seus líderes fugitivos, Osama bin Laden e Ayman al-Zawahiri. Porém, o governo paquistanês afirma que a tática é contraproducente, porque mata civis e fomenta o sentimento antiamericano no único país do mundo muçulmano que possui armas nucleares, minando os esforços do governo para isolar os extremistas.
Manifestação
Hoje, a polícia lançou gás lacrimogêneo e fez disparos com rifles de assalto para encerrar um protesto de pessoas que perderam suas casas por causa de uma operação militar contra soldados do Taleban. Pelo menos uma pessoa morreu, mas a polícia negou responsabilidade pela ação. Dezenas de pessoas foram para abrigos desde que o Exército lançou uma ofensiva no ano passado contra militantes em Bajur, uma região tribal perto da fronteira afegã. O Exército declarou vitória no mês passado, mas poucos civis retornaram à empobrecida área.
Centenas de pessoas marcharam vários quilômetros para bloquear a principal rodovia que leva à cidade de Peshawar, no noroeste do país. Eles pediam mais ajuda do governo. A polícia afirma que os tiros que mataram uma pessoa e feriram outras três foram disparados por "alguém na multidão", mas imagens de televisão mostram vários policiais com rifles e pelo menos um deles disparando.
Os manifestantes pediam melhores condições nos campos de refugiados e auxílio financeiro para voltar para casa e reconstruir suas propriedades destruídas durante a ação militar. Os que perderam parentes também pedem compensações.
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